segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Salto de Peixe

Fui em tempos, com um grupo de amigos, passar uns dias a casa de um deles, de campo, que tinha um corte de tenis com uma cerca de rede.
Chegados já de noite resolvemos ir fazer um joguito de vólei, no corte, à luz dos poucos holofotes existentes.
Às tantas uma bola mais forte saiu do campo, cabendo-me a mim ir buscá-la. Dei uma corrida rápida, lancei-me em salto para fora do corte e, quando dou por mim estava a voltar para trás.
Tinha-me lançado contra a rede, que não tinha visto por causa da pouca luz.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Todos à Manif!

Apesar de reunir as condições: ser licenciado, mal pago e viver em casa dos pais, não irei ao protesto convocado para o dia 12 de Março para celebração da Geração à Rasca.
Não vou por duas razões. Primeiro porque acho que os sindicatos e os partidos de esquerda não vão resistir à tentação de tomar conta da manifestação, e esta vai passar a acto político em vez do acto social que deveria ser. Segundo porque não acredito nas razões desta manifestação, e passo a explicar.
Não pertenço à geração que agora esta no poder no governo e empresas deste país, sou novo demais. Esta, a Geração Enrasca, é um produto do estado novo, que os formou para serem uma geração de corruptos, sem moral, sem ideais e apenas com vontade de se desenrascarem de qualquer maneira, nem que para isso tenham de enrascar os outros. É verdade que isto, só por si, seria razão para uma manifestação, para ver se eles ganham vergonha, mas parece-me que isso é cada vez mais uma miragem.
Agora aparece-nos a Geração à Rasca, sucedânea da Geração Enrasca e dos lindo sonho salazarista que é: já tenho um curso superior, cumpri a minha parte, agora arranjem-me um bom emprego onde eu ganhe bem sem ter de me esforçar muito, sem estar sujeito à precariedade e até ao fim dos meus dias. Pois é, antes do 25 de Abril ter um curso superior era sinónimo de tudo isto e mais um par de botas; agora já não é.
Penso que o perpetuar desta linha de pensamento é o que nos leva ao abismo. A falta de vontade de andar para a frente, de arriscar, de se lançar em voos para além da realidade está ausente desta geração. Eles vão para a rua manifestar-se porque querem ser iguais aos pais, pela estabilidade, por ordenados melhores, pela possibilidade de reforma. Como sempre, e tão convenientemente neste casos, há que culpar alguém ou alguma coisa pelo que não temos. A Geração à Rasca culpa o Governo, o Governo a conjuntura e a especulação internacional.
Tudo isto é coroado com uma cantiga que se está a tornar o hino desta geração, Parva que Sou dos Deolinda, em que uma parte reza assim:
Que parva que eu sou   
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Este bocado, que arrancou aplausos à plateia no Coliseu, diz bem do estado das coisas. Adia-se o marido e os filhos, mas o carrinho não, que isso, sim, é uma parte importante da vida.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

À murraça

Uma vez, no futebol, aconteceu-me uma daquelas que só me acontecem a mim. O Sporting falhou um golo de baliza aberta e eu manifestei a minha indignação com um soco no ar.
Tanto azar que a cabeça do meu vizinho da frente estava mesmo por baixo do meu punho, e acabaram por se encontrar (a cabeça dele e o meu punho).
Eu desfiz-me em desculpas e o pobre sujeito passou o resto do jogo agarrado ao alto da cabeça.
Não voltou a aparecer durante algum tempo no estádio. Mas deve ter sido, com certeza, pelo Sporting andar a jogar tão mal.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mais uma confissão: Não gosto da Christina

Mas gosto desta música e, particularmente, do vídeo. Achei genial a ideia das três Christinas, com várias cores de cabelo e fundos a condizer. Muito 40's (em consonância com a música, aliás).

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

The Perfect European Should Be...

Cheguei a ter uma T-shirt com esta imagem, penso que de autoria de um humorista Belga.
Faz-me sempre lembrar uma velha televisão que havia em casa dos meus avós que, de vez em quando, se "engasgava" e a imagem começava a saltar.
Nessa altura alguém tinha de se levantar e assentar-lhe um valente estaladão de lado. Era remédio santo; passavam-lhe logo os soluços.
Technical as a Portuguese.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

The White Stripes - Seven Nation Army

Acabou oficialmente no dia 2 de Fevereiro uma das minhas bandas preferidas, os White Stripes. Aqui deixo em jeito de homenagem uma da suas músicas mais emblemáticas.

Aqui há gato

The Green Hornet

E pronto, o Sporting lá perdeu mais um jogo - raisparta o Sporting - e assim aproveito e descarrego a minha bilis neste filme.
É um sério concorrente ao título de pior filme de sempre, e destrona o Tron como pior filme do ano.
Mais um filme em 3D que só serve para nos encarecer o bilhete, e nos obrigar a pagar mais um par de óculos (acho que este ano vou decorar a árvore de natal com óculos 3D).
Escrito e protagonizado pelo Seth Rogen o filme é uma série de "gags" do próprio sobre a sua figura. Deve achar que tem muita piada e que isso chega para fazer um filme.
Safa-se o Christoph Waltz, que não consegue representar mal, e chega mesmo a ser a única coisa decente no filme.
O filme é mesmo muito mau. Mas como isto do humor é relativo até pode ser que haja quem lhe ache piada. Eu não.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tron - O Legado 3D

Já sabia que ia ser uma banhada, estava suficientemente informado pela crítica e pela net, mas mesmo assim quis ver.
Eu explico: Vi o Tron (original) na minha meninice e o filme contribuiu decisivamente para o meu gosto pela informática. Saí do cinema a alimentar sonhos de ser programador informático de jogos e à conta dele passei dias da minha vida entretido com o meu velho ZX Spectrum. Como máquina de jogos e como campo de exploração de programação.
Portanto a minha ligação ao filme original é passional, e daí que tenha tido a "necessidade" de rever este universo.
Estava esperançado que o filme fosse um género de Avatar, uma história banal com efeitos estonteantes. Acertei na primeira parte.
Quanto à história revela uma desinspirante falta de imaginação, um pastiche onde, aqui e ali, se repetiam soluções para o argumento mais que vistas noutros filmes. Portanto o filme não é mais que uma longa sucessão de "deja-vu's".
O maior problema, no entanto, é que essa enorme falta de imaginação passa do argumento para a cinematografia. O 3D é praticamente ineficaz, os efeitos "giritos" mas pouco entusiasmantes e, pior que tudo, o grafismo é uma mera "limpeza" do grafismo do original. As mesmas naves, motas, carros, etc., abrilhantados com umas luzinhas.
Ia à espera de uma história fraca mas com efeitos visuais para marcar a próxima década. Enganei-me. Aliás, se isto é o legado do Tron, ando enganado há muito tempo.
A evitar.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A minha aventura com a Sophie Marceau


O meu post anterior fez-me lembrar uma história.
Um dia ouvi dizer que a Sophie Marceau iria estar em Lisboa para a estreia de um filme (se bem me lembro o 007 em que apareceu). Sempre fui um admirador dela (como actriz, claro, como actriz) desde os tempos do "La Boom - A Primeira Festa".
Agarrei na namorada e disse-lhe:
- Vamos para o Monumental que eu quero ver a Sophie Marceau.
Ela estranhou um bocadito, que eu, geralmente, não sou dado a estas coisas. Mas a curiosidade levou a melhor e lá fomos para o Monumental.
Uma vez lá fomos às salas de cinema, corremos o centro, e nada de Sophie Marceau.
A namorada, que já não estava a gostar da brincadeira, disse-me que não vinha lá ninguém, que eu tinha sonhado com aquilo e que devíamos era ir embora; isto enquanto eu olhava, embevecido, para a Sophie Marceau que passava por trás dela.
E disse-lhe:
- Ah não que não vem. Acabou de passar por trás de ti!
A namorada voltou-se, mas já não a conseguiu ver.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Turista

Não é muito mau, mas se calhar escrevo isto porque não estava à espera de grande coisa.
A história é morna, a acção não convincente e, definitivamente, não há "química" entre a Jolie e o Depp.
Ao contrário do que já li por aí, não me parece que o Johnny esteja a ficar gordo, acho que foi propositado para o papel, para melhor aparecer como o anti-herói; no entanto não pega.
Aquilo que achei verdadeiramente surpreendente no filme, é a semelhança com o "Anthony Zimmer" um filme francês com uns poucos anos, protagonizado pela Sophie Marceau. Dir-se-ia um remake, mas não vi referência a isso em lado nenhum.
O filme francês, apesar de não ser grande coisa, sempre é melhor que este, embora, confesso, o meu coração hesite entre a Angelina e a Sophie.
A Angelina não me desiludiu: ainda rouba as cenas onde entra e não está melhor actriz desde o "Salt".
De todo em todo não me parece que valha os 6 (!?) aéreos de um bilhete de cinema, nem pelas cenas de Veneza que me pareceram montagens manhosas à anos 40.
Vejo-lhe uma vantagem no entanto: é filmado em steady cam, o que nos dias que correm pode ser considerado uma raridade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que faz falta é animar a malta

Barracadas

Este fim-de-semana lá dei mais uma das minha proverbiais barracadas.
Fui a um bar, com um amigo, onde tocava ao vivo uma banda. às páginas tantas diz o vocalista para a audiência:
- Hoje temos a sorte de ter connosco o nosso amigo Frederico.
Ao que eu disse ao meu amigo:
- Sorte dele, azar nosso!
É claro que o Frederico era o gajo que estava mesmo à nossa frente e que ficou a olhar para mim enquanto era chamado ao palco.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nem de Propósito

Hoje o DN trás um artigo sobre a paixão em que falam de tudo o que eu disse no post anterior, e até lhe acrescentam noites sem dormir. E no fim dizem que estar apaixonado faz bem à saúde. Pois eu cá mantenho a minha opinião.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Da paixão

Acontecimentos recentes trouxeram-me à memória conversas que tinha com colegas, nos dias intermináveis da faculdade, em que se matava o tédio conversando sobre tudo e mais alguma coisa.
Sobre o tema paixão era grande o declive, especialmente com os colegas do sexo feminino.
Eu era da opinião que a paixão é um sentimento inútil e improdutivo. Uma pessoa apaixonada não se consegue concentrar, vem-lhe a todo o momento à memória a pessoa amada. Não pensa em mais nada e em mais ninguém para além do objecto da sua paixão. E a coisa ainda piora se não for correspondido, aqui passa os dias em autolamentação, a elaborar estratégias para se encontrar com a pessoa em questão, a pensar no que lhe vai dizer quando a vir.
É claro que as minhas colegas me diziam: "Isso dizes tu porque nunca estiveste verdadeiramente apaixonado".
Talvez tenham razão, mas passados anos, e algumas paixões, continuo a achar a paixão um sentimento péssimo e egoísta, que mesmo correspondido só nos traz ansiedade. Ao ver os animais no cio, pergunto-me se não será a paixão um resquício fisiológico de uma altura em que os nossos antepassados, sejam eles quais forem, tivessem cio.
De uma maneira ou de outra, não gosto de me apaixonar. Mas palpita-me que ainda vou passar por isso pelo menos mais uma vez.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O segredo dos Seus Olhos

E mais um filme que me encheu as medidas. "El secreto de Sus Ojos", filme Argentino de 2009 de Juan José Campanella premiado internacionalmente.
Duas histórias de amor que se cruzam, uma violentamente interrompida e outra impossível por o protagonista não acreditar na sua possibilidade. E assim vêmo-lo obsessivamente envolvido na resolução do mistério da morte de uma rapariga e na sua vingança, em substituição da sua própria história de amor.
A ver, definitivamente.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Raquel

Em tempos tive uma cadela, ou melhor, o meu avô tinha uma cadela, porque ele é que era o verdadeiro dono do bicho.
A cadela, de seu nome Raquel, tinha um feitio picado das bexigas e era muito ciosa do seu "espaço vital". Por espaço vital entenda-se o aquecedor a gás que o meu avô acendia, exclusivamente para o bichinho, no inverno e a pedido deste. Sim, a pedido dela; a Cadela dava patadas no aquecedor enquanto gania e o meu avô ia a correr ligar o aparelho enquanto dizia: "Coitadinha. Tens frio não é?"
Excusado será dizer que o resto da malta bem podia resmungar a dizer que tinha frio que o meu avô dizia logo: "Ora, ora. Vistam mais uma camisola". E nada de acender o aquecedor.
Pois naquela altura também havia lá em casa uma prima espanhola, a Carmela, a quem nós carinhosamente chamávamos a Caramela, que entendia que também tinha direito a instalar-se à frente do aquecedor, no inverno.
Era ver a fita. A minha avó avisava: "Ó Carmela, não te chegues ao aquecedor que a cadela não gosta". Ao que esta respondia: "Ora essa, também tenho direito!".
Já a cadela não queria saber de direitos de ninguém: duas rosnadelas para avisar e à terceira, dentada!
E claro, ninguém se atrevia a tirar dali o bicho, não fosse o meu avô zangar-se.

Lisbon Walker

Não fosse já ter programa para amanhã (vou à Batalha ver a Expo Moto) não falhava. São 10 aéreos mas vale bem a pena e, se tiverem sorte, apanham a melhor guia da cidade, a Catarina.

Lisbon Walker Todos os 1ºs sábados de cada mês a Lisbon Walker organiza um passeio diferente. ...No próximo dia 5 de Fevereiro, às 14h30, venha passear connosco pela 7a colina. Trata-se de um passeio que nos leva pela mão de Fernando Pessoa, ao encontro de Cafés e sítios onde poetas, revolucionários e vanguardistas fizeram história, numa visita pelo Bairro Alto.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Como se livrar da mulher

Um inglês, trabalhador do SEF lá do sítio, fartou-se da mulher e vai daí resolveu meter o nome dela na lista de perigosos terroristas para ver se o safavam dela (podem ler a notícia aqui).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Kino

Como de costume nesta altura do ano, está no São Jorge o Festival de Cinema de Língua Alemã, Kino de seu nome, com alguns dos melhores filmes do ano feitos na Alemanha, Áustria e Suíça.
Como habitualmente, também, faço questão de ver pelo menos um filme e, este ano, vou-me ficar mesmo só por um, o do encerramento, amanhã pelas 21:30h.
Em honra ao festival, e à Lua Nova, significado de mudança e transição, da passagem das trevas para a luz, do ocaso para o crescimento, aqui deixo um dos mais brilhantes monólogos da história do cinema.
Do filme "Nas Asas do Desejo" de Wim Wenders: