domingo, 13 de dezembro de 2009

Lua Nova


Contra toda a prudência fui ver o Lua Nova. Achei que depois do primeiro filme o pior já tinha passado, afinal já nos tinha dado a teoria dos vampiros que brilham ao sol e que vão à escola, mas só em dias nublados, claro, não vá serem descobertos. Sim, porque vampiros bonzinhos, uma invenção da Anne Rice, já nós conhecíamos, não os sabíamos era com capacidade para amar, e para o sacrifício supremo que deve ser não dar uma dentadinha no pescoço apetitoso de uma adolescente. Enfim, metáforas para o falso moralismo americano.
Agora introduzem a teoria que existem lobisomens, que por acaso são índios com genes para isso, e que a sua missão é proteger a humanidade, ou melhor, a cidade em que decorre a acção, dos vampiros. Realmente, depois de vampiros bonzinhos, só lobisomens bonzões. Aliam a tudo isto um ridículo clã vampiro, os Volturi (em português deviam-se chamar os Abutri), uma espécie de realeza vampírica, habitante de uma cidade italiana onde todos os anos se festeja a expulsão dos vampiros, que ainda lá estão; vá-se lá perceber. E, quase me esquecia do mais importante, os vampiros têm superpoderes, quais heróis das histórias aos quadradinhos. Cada um com o seu e alguns mais poderosos que os outros, de videntes a telepatas passando por um que causa dor com um simples pensamento. A heroína, claro, é imune a tudo isto.
Resumindo, gramei com duas horas de metafísica da paixão adolescente, com a neura a ela associada, bem expressa por longos planos da protagonista em crise, qual Manuel de Oliveira e, claro, o amor impossível que ultrapassa tudo e todos para vencer no fim. Ficamos com um fim poético em que o vampiro promete à menina que a há de transformar em vampiro, mas só daqui a uns anos. É que isto ainda tem de render mais uns filmes...

Os Homens que Odeiam Mulheres


E pronto, lá li o livro. Confesso que li a tradução inglesa e não, como sugere a imagem, a tradução portuguesa. Fi-lo por duas razões: a edição inglesa custou-me 10 euros, a versão portuguesa custa quase 20! E a versão portuguesa é tradução da versão inglesa, portanto mais longe da original.
Para quem, como eu, viu o filme antes de ler o livro, a história está longe de ser surpreendente. Já no filme tudo me pareceu bastante "lógico", ou seja, a história não é de maneira nenhuma surpreendente exceptuado, talvez, o perfil do criminoso.
No livro tudo se passa da mesma maneira, embora a história seja muito mais rica em detalhes (como é normal) e certos detalhes sejam mais lógicos no livro mas que tiveram que ser omitidos ou alterados para a história "caber" no filme. Como de costume, nestas coisas, o livro é muito melhor que o filme.
Onde o filme me entusiamou, no anti-herói, na personagem feminina muito forte, o livro peca um bocado. Provavelmente por o ter lido depois de ir ao cinema, mas a verdade é que no livro a personagem feminina não tem tanto destaque e até aparece muito mais humana e menos enigmática. Já a personagem masculina aparece mais despendida e de personalidade mais vincada. Apreciei, no entanto, o facto de no livro não ser a rapariga que descobre e faz tudo quase milagrosamente, a história escrita tem mais lógica.
Encontro-me neste momento com uma dúvida: leio, ou não, o segundo?
Enquanto não me decido vou-me dedicar à "A Invenção de Leonardo" que está à minha espera na prateleira desde o natal passado.