terça-feira, 26 de julho de 2011

Dá cá a mala pá!

Aterrei no Aeroporto de Lisboa, vindo de Luanda, pela 15:45h e dirigi-me ao tapete para esperar pela minha mala. Para grande espanto meu as malas começaram a ser descarreagadas exactamente na mesma altura em que lá cheguei.
Às páginas tantas apareceu a minha e tirei-a de lá. Pareceu-me um bom bocado mais pesada mas achei que era impressão minha. Agarrei nela e fui-me despedir dos companheiros de viagem.
Quando me dirigia para eles fui abordado por outro passageiro do vôo que me perguntou:
- Tem a certeza que essa mala é sua? É que eu tenho uma igualzinha.
Olhei melhor para mala e, claro, não era a minha.
Será influência de Angola?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Inflacção à Angolana

Estava na caixa do restaurante buffet da FILDA, em Angola, para fazer o pré-pagamento e exprimi à menina da caixa o meu espanto por o almoço, que ainda no dia anterior me tinha custado 1900 kwanzas, ser agora 3500!
Respondeu-me com o sotaque cantado dos Angolanos:
- A feira começou hoje. Houve um pequeno aumento.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Assédio?

Estava eu calmamente a vestir-me, aqui no hotel em Luanda, quando me entra pelo quarto adentro a empregada da limpeza.
Lembrei-me logo do Strauss-Kahn e pensei: "Queres ver que é desta que vou preso?"

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Resultados dos exames "eram expectáveis" devido nível de exigência - Portugal - DN

Resultados dos exames "eram expectáveis" devido nível de exigência - Portugal - DN

Pois é, viva a espectabilidade! A gente espera, e pronto, concretiza-se.
Será que ninguém percebe que o maior, e único verdadeiramente importante, problema deste país é a educação? É por falta dela que nunca conseguimos converter a indústria, agricultura e pescas. E agora não basta vir o Cavaco, o grande responsável pela desindustrialização do país, dizer que temos de produzir mais.
Um país moderno e avançado tem de ser industrializado. Para haver indústria e inovação tem de haver universidades fortes e com massa crítica. Universidades fortes, num país pequeno como o nosso, só se conseguem com níveis muito elevados de educação da população, como no centro e norte da Europa.
Portanto esta notícia é absolutamente avassaladora. Numa altura em que devíamos estar a melhorar, pioramos. Limitamo-nos a prolongar, paulatinamente, esta idade das trevas perpétua em que nos encontramos.
Bem podem vir as troikas e o lilberalismo de mercado com as suas soluções milagrosas para o crescimento da economia; sem educação não vamos a lado nenhum.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ensemble Tuva em Lisboa

Tuva é uma república russa ao sul da Sibéria fazendo fronteira com a Mongólia. A temperatura média, em Janeiro, é inferior a -30 ºC, subindo no verão a uns amenos +18ºC.
Talvez por culpa do seu isolamento, que faz com que as influências externas sejam quase nulas, os habitantes desta república desenvolveram um tipo de música único no mundo na qual sobressai a sua invulgar tradição vocal.
Para deleite deste vosso escriba, o Teatro Nacional de São Carlos resolveu trazer, na passada terça-feira ao Festival Ao Largo, que organiza anualmente, um grupo tradicional de Tuva.
Foi a segunda vez que vi semelhante coisa. A primeira, há muitos anos, quando a cantora Sainkho veio, com um outro grupo tradicional de Tuva, cantar no claustro do Mosteiro dos Jerónimos. A segunda foi esta, a do Festival ao Largo, onde fiz questão de chegar cedo para ficar num bom lugar.
O grupo actuou à hora marcada, pasme-se, perante uma plateia "à cunha", contrastando com a outra exibição que referi, que esteve quase vazia (suponho que porque este era de borla).
Foi uma hora de música fora do comum e, acima de tudo, de canto absolutamente extraordinário, em que os cantores vocalizam notas graves e conseguem fazer as cordas vocais emitir, ao mesmo tempo, um harmónico agudo que dir-se-ia ser tocado por uma flauta. Até custa a acreditar que aqueles sons sejam de uma única voz, humana.
Ora ouçam:




E aqui no canal oficial do festival pode ver-se como a música deles está intimamente ligada ao mundo que os rodeia.

sábado, 2 de julho de 2011

Blogosfera

Da Wikipédia, claro
Tenho-me perguntado ultimamente sobre o porquê do termo blogosfera. Por uma esfera ser um sólido regular? Bonito? Curvilíneo?
Eu, pessoalmente, prefiro os sólidos com algumas arestas, não tão regulares. A vida tem de ter algumas arestas para limar, se não é monótona.
Portanto, na minha opinião, seria melhor usar outro sólido, e porque não um cubo? Em vez de blogosfera seria o blogocubo. Reconheçam, muito menos monótono.
Mas giro, giro, era se fosse usado um sólido regular de 20 faces: um icosaedro. Isso sim, era poesia na internet. Não é bem um cubo nem uma esfera, fica algures a meio caminho. Seria o blogoicosaedro.
Promovam a blogosfera a blogoicosaedro já!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Saraivada


Podes ficar descansado ó Saraiva. Daqui para a frente como tudo o que vem na travessa do restaurante. Já há muito tempo que desisti do açúcar na bica, mas agora descomponho quem se atreve a desperdiçar dando-me um pacote. Acabou-se a água Vittel, Vichy, Voss e Evian (que deve ter sido lapso não vir mencionada no artigo). Espumante só Raposeira, Cabriz ou Murganheira. Rasguei todos os fatos Armani e Hugo Boss que havia cá no armário. Fujo dos sapatos Church's como o diabo da cruz: não quero acabar com uma perna partida. Férias só no estrangeiro de dentro, e em hotéis, para não contribuir para a economia paralela (aquela que não cobra os justos 25% de IVA). O Mercedes classe E vai já de volta para o stand. Ar condicionado é para meninas, homem que é homem deita-se ao sol e fica a cheirar a cavalo. Procurei, procurei, procurei e lá consegui encontrar uns lápis de fabrico nacional. After-shave, perfume, o que é isso? Acabaram-se as idas ao barbeiro e as miúdas até me dizem que fico melhor de cabelo comprido!
Mas, ó Saraiva, não é muito chato se ficar com o meu IPad, pois não? Ninguém se chateia comigo, não é?

Anglicisses

Porque é que será que as gentes desta terra têm a mania de dizer tudo o que é palavras não portuguesas como se fossem inglesas?
Ainda o outro dia uma colega minha referia-se a uma empresa francesa, de nome Norbert, com o seu melhor sotaque inglês. E isto para não falar da gente que fala do "liroi mârlin" em vez de Leroy Merlin (por acaso outra empresa francesa). Até me espanta não ouvir falar mais vezes em "aikia" em vez de Ikea.
Era muito mais criativo dizer, por exemplo, El Corte Inglés com sotaque francês, ou Renault com sotaque espanhol, ou ainda Mercedes com sotaque Inglês ou mesmo Apple com sotaque alemão.
De certeza que ficava tudo muito mais bem disposto e, tal como praticar o sexo, ajudava a combater a crise.