sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Há almoço de primos...

Primeiro há que explicar que, ao todo, somos 17 primos direitos. Juntar esta primalhada toda num dia é complicado, principalmente se atendermos ao facto que o mais velho tem 39 e o mais novo 12. No meio disto já existem, também, uma série de priminhos em 2º grau. Quando um de nós se atreve a propor uma data para o próximo almoço, as trocas de mails são infinitas, as datas mudam duas, a três vezes por semana e, no fim, quando tudo fica acertado, falta sempre mais de metade.
Mas faz-nos sentir vivos e parte da família!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Espírito de Lisboa

Parece que, de acordo com o Primeiro Ministro, África está imbuída do espírito de Lisboa.
Quererá isso dizer que vão aumentar os impostos por lá?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

As lágrimas de Rui Costa

Aqui há uns anos, Rui Costa veio jogar à Luz pela Fiorentina, se não me engano, e ganhou o jogo, como lhe competia, e como profissional que era e é. Acabou também por chorar umas lágrimas por ter ganho ao Benfica, o seu “clube do coração”, como agora é hábito mencionar na gíria futebolística. Pois cá eu, que não tenho clube do coração, tenho, simplesmente, clube, não achei nem mal nem bem; se o rapaz quer chorar por marcar ao Benfica, que chore!
O problema, no meio disto tudo, é que a imprensa desportiva (devia chamar-se futebolística), resolveu que o Sporting também haveria de ter um jogador que chorasse quando lhe marcasse golos. Tentou-se o Figo mas este, ó desilusão, festejou um golo do Inter ao Sporting, estragando a festa a tantos comunicadores deste país que, certamente, se esqueceram das “tropelias” que Figo fez ainda em Alvalade, quando assinou pelo Benfica e, mais tarde, por dois clubes italianos. Facto que viria, inclusive, a causar a sua ida para Espanha, na altura um campeonato menor, enquanto Rui Costa foi jogar para a tão almejada Itália.
Falhado o Figo, pressionou-se o Cristiano Ronaldo. Este sim seria um filho legítimo de Alvalade e também ele choraria, como Rui Costa, para alimentar a voracidade dos tablóides. Talvez sentindo a pressão da imprensa, o jogador procurou corresponder ao que se esperava, e não festejou nenhum dos golos que marcou. Há que salientar a estoicidade deste artista da bola, apreciei o esforço que fez para não festejar os golos, principalmente o que lhe deu a vitória em Manchester.
Mas a coisa tornou-se moda, agora foi o Toñito que, não fosse o facto de ter pedido desculpas, a maior parte das pessoas que viram o Sporting x Leiria nem se lembrariam que tinha passado por Alvalade num passado “longínquo”. Embora acredite, sinceramente, que o desejo deste de voltar ao Sporting é genuíno.
Porque gastar tanta tinta sobre as lágrimas de uns e os festejos dos outros? É uma realidade actual, infelizmente, que os clubes portugueses não têm capacidade financeira para aguentar os seus melhores jogadores e que estes, com mais ou menos lágrimas, ou mais ou menos festejos, vão lá para fora ganhar dinheiro assim que podem. Por isso, no fundo da nossa portugalidade, como não ganhamos nada, como o futebol dos nosso clubes não nos entusiasma, como os estádios, que nos custaram tão caro, andam tão vazios, como nem a selecção, recheada de craques de nível internacional, joga um futebol decente, temos de inventar qualquer coisita para nos manter a chama acesa.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Carlos Queiroz

As declarações de Soares Franco foram excessivas, também não vejo grande mal naquilo que Carlos Queiroz disse mas, ao contrário de alguns iluminados da nossa praça, não acredito que tenham sido devidas à má digestão da derrota do Sporting frente ao “Man-United”, mas sim, feitas depois do jogo precisamente para não trazer ao ambiente da partida a sobrecarga que certamente trariam, caso tivessem sido proferidas antes.
O que me custa a entender sobre Carlos Queiroz, é porquê fazer tábua rasa da imagem, que tinha em Portugal, de ser um “gentleman”? Porquê perder tempo a pensar para depois sair uma verborreia daquela qualidade?

Ah, Rui Santos, Rui Santos

É tal o ódio que destila pelo Sporting que eu chego a pensar que é Sportinguista.
Se chove, o tempo está como em Alvalade. Se faz sol, faz como nunca chega a fazer ao Sporting. Se o Porto perde e o Benfica empata, foi mau, mas não tão mal como o Sporting em Manchester e as declarações de Soares Franco àcerca de Carlos Queiroz...
E eu até acho que é dos poucos que metem o dedo na ferida - e como isso é preciso no futebol nacional, meu deus!
Enfim, é caso para dizer como os Americanos: “Get a life!”

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Já lá estamos, obrigado Felipão!

Não jogámos nada. Podíamos ter morto esta questão da qualificação no jogo com a Polónia, ou no jogo com a Sérvia, mas não matámos. Podíamos ter ganho o jogo de ontem para ficarmos mais descansados, mas não ganhámos. Podíamos ter ficado apurados para o Europeu mas, ..., ficámos! Pois é, é que eu ainda sou do tempo em que ficávamos sempre à porta, e com exibições de “encher o olho”. Em que qualquer qualificação, com craques ou sem craques, com este e com aquele seleccionador, com grupos mais ou menos fáceis, era sempre uma desilusão.
De facto, até ao Europeu de 82, nunca tinha visto a selecção em torneios daquele calibre e, depois da célebre vergonha de Saltillo, tivemos um jejum de mais de uma década. Foi preciso uma geração de jogadores verdadeiramente extraordinária para que começássemos a frequentar, com regularidade, as altas esferas do futebol mundial.
Para mim, mais importante que jogarmos bem e ganharmos sempre, é a presença contínua em fases finais. Até porque, sejamos francos, são raras as “grandes” selecções que fazem boas fases de apuramento. Isso é, em geral, apanágio dos “pequenos”.
Agora, na ressaca das saídas de Figo, Rui Costa e companhia, quando seria de pensar num regresso aos bons velhos tempos das vitórias morais, voltámos a conseguir; estamos lá.
Podemos não gostar do Felipão, eu confesso que não morro de amores por ele, mas a verdade é que devolveu a Selecção aos Portugueses. Contra tudo e todos e, principalmente, contra os poderes instalados, seguiu o seu rumo. Assim, paulatinamente, a Selecção deixou de estar a serviço de um clube, como esteve do Benfica até aos anos 80, e depois disso do Porto, e passou a existir, finalmente, como o “clube de todos nós”.
Obrigado Felipão, e parabéns.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Chuva a sério

Vieram as chuvas de Outono e, como habitual apesar de muito tarde este ano, com uma enorme pujança. Chuva farta, de gotas grossas, que torna as ruas em rios e faz um barulho tal que obriga ao aumento do volume do rádio do automóvel.
Àcerca disto, lembro-me, fui uma vez a Londres e fiquei hospedado numa espécie de Albergue da Juventude para escoteiros. Lá no albergue estive à conversa com a empregada que me arrumava o quarto que, por sinal, era filipina. A senhora quis saber de onde eu era, ao que respondi, prontamente, “Portugal”. Para meu espanto ela disse-me: “Já lá estive, não gostei, chove muito!”. A primeira reacção que tive foi responder: “O quê? Então a senhora vive em Inglaterra, capital da chuva, e está a dizer que em Portugal chove muito!?”. Mas a verdade é que ela tem razão. Aquela era a segunda vez que ia a Londres a ainda fui mais uma. Em todas estas visitas apanhei bastante chuva mas, a verdade, é que a chuva, em Inglaterra, nunca passa de uma cacimba muito forte, que é facilmente evitada com uma gabardina (conhecida como McIntosh por aquelas bandas) e um guarda-chuva. Ora, em Portugal, toda a gente sabe que se andar numa chuvada como a de ontem com uma gabardina e um guarda chuva fica, no mínimo, ensopado até ao joelhos.
Em termos de quantidade de água que cai do céu, a Inglaterra pode bater-nos aos pontos, mas em Portugal quando chove, é a sério!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A RTP e os Suecos

Este sábado, a RTP emitiu uma reportagem da Suécia em que louvava o sistema de apoio à maternidade, idosos e segurança social daquele país, ao mesmo tempo que fazia a comparação com Portugal e os seus sempre deficientes sistemas de (qualquer!) apoio. Já estive na Suécia, e conheci uma série de Suecos que, embora vejam Portugal como o 3º mundo (quase, quase como África) são, em geral, bastante simpáticos e acessíveis. Quem já esteve na Suécia sabe que, de facto, se respira uma atmosfera de país de 1º mundo.
Se se perguntar a algum sueco, se lhe custa pagar impostos, a resposta é imediatamente “Não”. Para qualquer Sueco que se preze os impostos são um bem, e repito, um bem extremamente necessário ao bom funcionamento da sociedade. Penso isto resume toda a diferença entre os dois países, pois qualquer Português que se preze acha que deve pagar o menos impostos possível e há, inclusive, uma larga parte que acha que burlar o estado é perfeitamente justificável, uma vez que somos tão mal servidos.
Penso que é necessária uma mudança de mentalidade. Aqui, como noutros casos, em vez de tentarmos escapar ao pagamento de um mau serviço, temos é de começar a exigir serviço de acordo com o pagamento.
É claro que na Suécia não passava pela cabeça de nenhum ministro, renovar a frota automóvel numa altura de aperto de cinto tão desagradável para os cidadãos. Apesar de não ser defensor das “chicotadas psicológicas” no governo – na minha opinião mudar de ministro nunca resolve nada – penso que neste caso se deveria abrir uma excepção, e despedi-lo por indecência e má figura.

Vamos a andar devagar rapaziada!

Como é costume com as primeiras chuvas, o trânsito fica caótico. Desde manhã até à hora do almoço já passei por quatro acidentes. Um deles, na saída da CREL para Queluz, foi mesmo à minha frente.
A malta esquece-se que a distância de travagem aumenta para o dobro e conduzem como se fosse ontem, com o piso seco. Basta dar distância de travagem ao carro que vai a seguir que há logo um energúmeno que salta da faixa ao lado para se pôr à nossa frente.
Depois batem e quem se lixa é o mexilhão.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vícios

Comecei esta semana a jogar Travian (www.travian.pt) um jogo de estratégia on-line. Existem uma série de jogos online (gratuitos!) para todos os gostos, desde fantasia até ficção científica, passando pelo futebol e o crime. Já tentei jogar alguns mas, tirando o Hattrick, que jogo continuamente há algum tempo, não me fixei em nenhum. Isto porque jogar online exige sério empenho, uma vez que há jogadores que parece que passam os dias e as noites frente ao computador, tornando muito difícil a alguém como eu, que “apenas” consigo dedicar cerca de meia hora por dia a esta actividade, alcançar sucesso neste mundo competitivo.
Já o Hattrick é outra loiça. A verdade é que basta dedicar 30 a 60 minutos por semana, e consegue-se levar a cabo um jogo decente. É por esta razão que nunca deixei de o jogar, ao contrário dos outros.
Uma das coisas àcerca das quais me interrogo, neste assunto, é como é que isto sobrevive. É que jogos como o Hattrick e o Travian, existem em dezenas de línguas, algumas duplicadas como é o caso do Português (versão brasileira e portuguesa), e tudo isto, aparentemente, com mão-de-obra voluntária! E o que me espanta não é que haja gente pronta a oferecer trabalho à comunidade, o que me espanta é que essa gente tenha tempo para dedicar a essa actividade; é que eu não o tenho, nem para jogar!
Tiro-lhes, no entanto, o meu chapéu, pois já me proporcionaram inúmeras horas de divertimento desde os primórdios da net com os MUDs e quejandos, até aos mais recentes MMOGs.
Enfim, comecei agora o Travian, levado pelo meu primo. Vamos lá ver se desta é para ficar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Notícias de França

Recebi notícias da minha amiga Leonor, que está emigrada em frança. Com ela já são quase meia dúzia de amigos meus que foram viver para fora de Portugal. Todos eles extremamente satisfeitos com as condições que encontraram, com as empresas onde trabalham, com o reconhecimento que obtêm.
Em comum existe o facto de todos eles terem, também, experiência de trabalho em Portugal, o que torna a situação laboral em que agora vivem, ainda mais gratificante. Nenhum pensa voltar, a não ser para, eventualmente, gozar uma reforma que ainda está longe.
Confesso que me sinto tentado a seguir-lhes os passos e emigrar para um país “civilizado”, e que a cada dia que passa vejo tornarem-se menos espessas as amarras que me prendem a este nosso rectangulozito.
O que ainda me vai aguentando é saber que em breve o “Socras” estará gasto e que se perfila um futuro radiante de novas mirabolantes promessas para alimentar a esperança do Zé Povo que, obviamente, uma vez ganhas as eleições, serão fechadas numa gaveta.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Almoçaradas

Hoje fui almoçar a um restaurante. Nada de extraordinário nisto, é uma coisa que a maior parte dos portugueses faz, quase todos os dias. A diferença para os outros dias é que estou de férias e, aproveitando-me desse facto, fui almoçar tarde, evitando desta maneira as confusões e barulheira das horas de ponto dos restaurantes. Entrei no restaurante por volta das duas e meia da tarde e instalei-me numa mesa num canto onde não ouvisse a televisão muito alto (a pior praga das tascas à portuguesa, que têm sempre uma televisão a altos-berros que nunca ninguém consegue ouvir em condições.). Numa mesa atrás da minha estavam três alegres convivas que, quando lá cheguei, já tinham acabado de almoçar, embora por ali permanecessem na palheta. Cerca das três e um quarto, já depois de terem pedido a segunda dose de whisky, um deles recebeu um telefonema de alguém a perguntar-lhe se ainda se iria encontrar com ele como combinado. O conviva pediu-lhe desculpas, mas o almoço tinha-se atrasado e, embora ainda estivesse a 100 km (!) do local onde tinham combinado encontrar-se, sairia logo de seguida para se encontrar com ele, pois precisava de o ver. Presumo eu que ele deveria ter marcado o encontro para as três da tarde, que lhe dava tempo de fazer cem quilómetros se acabasse de almoçar às duas. Depois do telefonema, ainda prolongaram o “almoço” até às três e meia, hora a que eu também saí do restaurante, tendo-se envolvendo numa discussão sobra a maneira como os colegas tratavam os carros, deixando-os sujos, para depois concluir que os chefes não apreciavam os bons funcionários, que tratam bem os carros, mas apenas aqueles que lhes vão “soprar aos ouvidos”.
Pois, digo eu, os bons funcionários que ficam no almoço até às três e meia da tarde, faltando a compromissos e, mesmo depois da falaram com quem tinham combinado ainda arrastam os almoços por mais um quarto de hora.
Assim vai o nosso país.

Algumas impressões sobre França

A primeira pista de que de facto me encontrava num país civilizado foi na estrada. Apesar do trânsito caótico não se ouvia uma única buzinadela, raramente observei condutores a ultrapassar o limite de velocidade e nas autoestradas, normalmente com três faixas, a faixa da esquerda está sempre livre para quem queira ultrapassar ou arriscar o excesso de velocidade.
Apesar de tudo, numa altura em que parámos para tomar um “expresso”, que na região de Tours é, de facto, um carioca (em Paris já se consegue beber um expresso razoável), entrámos num café que tinha, à solta, um magnífico exemplar de Boieiro de Berna. Perguntei ao meu colega francês se em França não era obrigatório os cães usarem trela como na Alemanha, ou na Itália, ao que ele me respondeu, laconicamente: “Sim! Mas aqui estamos no campo”.
Uma vez latinos, sempre latinos.

Francesices

Quando andava no liceu, já não me lembro se no oitavo, se no nono ano, fiz um teste de francês que continha um texto sobre um rapaz que tinha sido atropelado quando saiu do passeio. Ora, em Francês, passeio é “trottoir” e eu, na minha ignorância da língua de Victor Hugo, confundi “trottoir” com trotinete. Escusado será dizer que não percebi nada do texto em questão, e que fui premiado com a correspondente nota negativa. O problema, no entanto, é que na minha ingenuidade contei o feito quando cheguei a casa, tendo ficado conhecido desde então como um verdadeiro nabo na língua e, sempre que o assunto Francês vem à baila em família, sou brindado com preciosidades do género: “encore bien que je te trouve” (ainda bem que te encontro) ou “avec allors par ici” (com que então por aqui). Devo dizer que, apesar de não ser fluente, até me desenrasco bem, como aliás prova a minha recente viagem de formação a Tours.
Em Tours descobri outra dimensão para esta problemática; é que para além de quase ninguém falar Inglês, mesmo numa multinacional Americana como a em que trabalho, os que falam, esses sim, têm frases lapidares que mais parecem saídas do bloco de notas de Mourinho. Coisas do género: all right (tout droit – sempre em frente), ou, “ici c’est le Palais of la Justice”.
Agora já tenho alguma coisa com que argumentar quando houver tentações familiares de fazer pouco do meu francês.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O serviço público.

Qual será noção da RTP de serviço público? É que entre jogos de Futebol de selecção de sub-21 e “mesas rotundas” sobre o infeliz caso “Maddie”, esqueceram-se que Selecção Portuguesa de Râguebi ia representar o país na mais importante prova mundial da modalidade. Embora soubéssemos, à partida, que a nossa participação consistiria em levar grandes cabazadas, e de não pretender discutir o interesse público de jogos de futebol de juniores, ou de longos programas de televisão sobre casos de polícia, parece-me que aquele merece tanto, ou mais, tempo de antena que os restantes. É que o facto da Selecção de Râguebi ter chegado ao Mundial deveria ser um caso-de-estudo nacional. Como é que uma equipa sem condições, em que os participantes têm de conjugar os treinos com a sua vida profissional e familiar e que, no fim de tudo, têm de usar as suas férias para participar no campeonato do mundo, conseguem alcançar um lugar entre os grandes?
Isto só é possível com um enorme espírito de sacrifício, com um tremendo amor à camisola, com uma grande vontade de demonstrar que também somos capazes e que temos, de facto, material humano de qualidade superior. Este deveria ser o exemplo a apresentar que, não fora o “azar” de termos um país pobre, poderíamos ser, sem dúvida, como os melhores. Basta algum esforço, dedicação e vontade de triunfar.
Acho que tudo isto deveria merecer, pelo menos, o direito à transmissão em sinal aberto de quatro – Quatro! – miseráveis joguinhos da fase de grupos do mundial, porque não passaremos à fase seguinte.

domingo, 9 de setembro de 2007

Abelha Maia – Mistério de infância.

Não sei se estas minhas dúvidas existenciais de infância são partilhadas por mais alguém, mas houve sempre duas coisas que me fizeram “espécie” na Abelha Maia: o facto das vespas serem muito maiores que as abelhas, e andarem sempre a ver se as apanhavam. Para a minha observadora mente infantil, era óbvio que as vespas e as abelhas são de tamanho muito semelhante, sendo as abelhas, talvez, um pouco mais “rechunchudas”, e também não me constava que a profissão das vespas fosse andar a dar cabo de abelhas. Como me era costume, já na infância, um simples detalhe destes não me impedia de apreciar a série, tomava-o como um engano ou uma excessiva dramatização e nunca me dei ao trabalho de investigar este mistério, tendo-o armazenado nalguma gaveta obscura da minha memória. Ora eis que este fim-de-semana um programa televisivo, não só abriu aquela gaveta como resolveu o poeirento mistério – Obrigado SIC – Ao ver um programa sobre a Vespa Asiática verifiquei que de facto as vespas, no Japão, são duas a três vezes o tamanho das abelhas, e que grande parte da sua dieta é constituída por abelhas europeias importadas para o Japão para produzir mel. Se juntarmos a este caldo o facto da série ser originária do Japão temos o mistério esclarecido. Volta Maia que estás perdoada.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Começa já amanhã!


Já lá vão mais de cento e cinquenta anos desde que, segundo a lenda, William Webb Ellis pegou na bola, numa partida de futebol, e correu com ela para dentro da baliza fazendo nascer uma das variantes do futebol conhecida como “Rugby” (palavra aportuguesada para Râguebi). Lenda, ou não, o seu nome ficou para sempre ligado à história deste desporto, e é assim que se chama a taça que será entregue ao campeão do mundo de Râguebi no dia 20 de Outubro em Saint-denis, França.
Somos levados a pensar, normalmente, que o que separou o Râguebi do Futebol, foi o facto de se poder movimentar a bola com a mão no primeiro e não no segundo. Mas não é bem assim.
Em meados do século XIX, praticava-se o futebol um pouco por toda a Inglaterra, sem regras bem definidas e com variações de sítio para sítio. Embora já houvesse uma separação entre dois estilos, não existia um grupo de regras que normalizasse este desporto. Foi por isso que, em 1863, vários clubes se juntaram, em Londres, para deliberar sobre um conjunto de regras que tornasse homogénea a prática do futebol. No entanto, esse grupo decidiu banir a prática de “runing with the ball and hacking” (o que queria dizer, literalmente, correr com a bola e dar chutos nas canelas), considerada como desumana – curiosamente, nas versões actuais destes desportos, o “hacking” é prática corrente no Futebol, enquanto mal se vê no Râguebi. Na opinião de um dos clubes presente nessa reunião, que jogava a variante de Rugby, a supressão daquela regra, estragava o espírito do desporto, razão pela qual se afastou daquela que ainda hoje é a “Football Association”, para mais tarde, em 1871, juntar um grupo de clubes e formar a “Rugby Footbal Union” e estabelecer as leis do jogo.
Entre Râguebi e Futebol as diferenças são enormes, tantas, que nem vale a pena fazer uma comparação; são dois jogos totalmente diferentes actualmente, que tiveram um passado comum. Interessa, no entanto, salientar uma diferença abismal que existe entre os dois jogos: a atitude dos intervenientes, que tão bem se resume na célebre frase inglesa: “football is a gentlemen's game played by hooligans , and rugby is a hooligan's game played by gentlemen”.
Até 1995, o Râguebi era um desporto exclusivamente amador. A questão no amadorismo era tanta que até fez com que o IRB (International Rugby Board) retirasse o Râguebi dos Jogos Olímpicos por considerar que era a única modalidade amadora que por lá andava. Foi, por ventura, o único desporto amador que conseguia encher estádios, e em que os seus praticantes elevaram a modalidade e níveis de competição iguais ao desportos profissionais. Uma vez profissional o Râguebi tem uma organização de fazer inveja a muitos outros desportos, nomeadamente o Futebol, na defesa da modalidade acima de tudo, enquanto o seu primo afastado, salvo raras e honrosas excepções, serve, acima de tudo, interesses pessoais.
A nível de formação existe um oceano de separação entre estes dois desportos. Os jogadores de Râguebi são habituados, desde tenra idade, a respeitar as regras, o jogo, o árbitro e os adversários. É comum, ao nível de formação, um jogador ser repreendido pelo árbitro, e mesmo pelos companheiros de equipa, quando se manifesta excessivamente em comemorações, chegando mesmo a poder ver os pontos anulados. Todos sabem, desde que começam a jogar, que a contestação das decisões dos árbitros, tem como resultado o avanço das penalidades 10m em direcção à sua própria linha de meta, o que põe o adversário mais perto de conseguir pontuar. E o que dizer dos próprios árbitros que, como qualquer pessoa poderá constatar no campeonato do mundo que se aproxima, apesar do Râguebi ser um jogo muito mais difícil de ajuizar que o Futebol, são de muito melhor qualidade, mais pedagógicos, sempre em diálogo com os jogadores e, muitas vezes, alertando-os para uma situação irregular que, se persistir, é sancionada.
O Râguebi é um desporto de contacto, com uma dureza e um nível de exigência física muito superiores ao do Futebol, no entanto, durante um jogo, os seus jogadores lesionam-se muito menos vezes e, nas raras ocasiões em que têm de ser assistidos, fazem-no sem se parar o jogo, junto à linha; todos sabem que são necessários em campo e quanto mais tempo passarem fora dele pior para as suas equipes, portanto, só pedem assistência quando é realmente necessário.
Desde que assumiu a profissionalização, o Râguebi, fez tremendas mudanças para melhorar a espectacularidade e a jogabilidade dos encontros, implementado novidades tecnológicas, como, por exemplo, um árbitro de televisão, encarregue de examinar as jogadas mais duvidosas recorrendo a imagens televisivas, e em que todos os árbitros estão em constante comunicação fazendo até, por vezes, esclarecimentos públicos.
É assim, com enorme expectativa, que aguardo o começo desse grande acontecimento em que Portugal participa, pela primeira vez na sua história. Curiosamente foi só agora, numa altura em que o Râguebi se profissionalizou profundamente, que Portugal, na ingenuidade do seu amadorismo, conseguiu chegar ao topo na modalidade. Ocupa um honroso 22º lugar no ranking do IRB, embora longe da categoria de selecções que vai defrontar nesta fase de grupos, como a Escócia, ou os ultra-favoritos “All Blacks” da Nova Zelândia, país com uma população de número semelhante à Portuguesa, mas com um râguebi de outra galáxia ou não fossem os homens Neo-Zelandêses dividos em três categorias: os que jogam Râguebi, os que já jogaram e os que hão de jogar. Vamo levar umas valentes “cabazadas” e, sinceramente, nem acredito que ganhemos à Roménia, porque quando jogarmos com eles já jogámos com a Escócia e a Nova Zelândia, embates desgastantes, enquanto eles jogaram coma Escócia e a Itália, jogos, teoricamente, menos exigentes. Mas não faz mal, porque se no Râguebi há lugar para bons, maus, fortes e fracos, só não há lugar para aqueles que não deixam a pele em campo, profissionais ou amadores.

Nota: A parte histórica foi descaradamente copiada dessa excelente invenção da Humanidade, a Wikipédia.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O Governo e a “inducação”

Ao mesmo tempo que faz da educação o seu grande desígnio para a nação, e a sua maior conquista da legislatura, o governo vai, paulatinamente, retirando benefícios fiscais aos contribuintes nesta mesma rubrica. Ou seja, há que educar os Portugueses, temos que investir na formação dos cidadão porque só assim poderemos triunfar neste mundo competitivo mas, como somos um país pobre, alguém que pague a conta porque o Estado não tem dinheiro.
É caso para dizer, como o outro: o Governo bem aposta na educação, o problema é que nunca sai!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

É verdade.


Eles jogaram melhor e criaram mais oportunidades de golo. Também acho que mereceram e dou-lhes os parabéns. Tiro também o chapéu ao Paulo Bento, que não quis entrar em polémicas - e bem, acho eu - e não chamou à jogada do golo aquilo que ela foi. Foi brinde e erro, mas não foi de Stojkovic, foi do Sr. Pedro Proença.
Não admira pois, ao contrário dos que os jornalistas parecem querer forçar, não existir nenhuma nuvem negra sobre Stoikovic.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O meu cartão não falha!

O meu cartão de acesso à empresa não falha. Sempre que quero abrir aporta a uma moça jeitosa é só colocá-lo na ranhura e fazer um gesto energético e decidido; um clique e zás, já está! Abro a porta, indico o caminho com a palma da mão aberta voltada para cima, gesto de quem vem em paz, faço um sorriso discreto e exclamo com a voz bem colocada: "faça favor".
Quando não está ninguém por perto, diverte-se a obrigar-me a passá-lo duas ou três vezes, pela ranhura, antes de me dar acesso.

Já me fintaram!

Estava tudo preparado para uma grande noite. A tradicional jantarada da festa das vindimas, sábado, em Palmela, ia ser temperada, este ano, com uma aparição de outro mundo: os Blasted Mechanism. Fui fintado, parece que o concerto é só na segunda.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Caím e Abel

É geralmente aceite que a prostituição é a profissão mais velha do mundo. Podemos admitir, com alguma segurança, que Eva não era prostituta, pois apenas se poderia prostituir com Adão que era seu marido. Caím era lavrador e Abel era pastor, portanto, deveriam ter uma irmã mais velha, que era puta.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Rei morto, rei posto




E pronto, foi-se! Que pena, nós Sportinguistas tínhamos tanta fé no Engenheiro para a conquista do campeonato este ano...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

A intolerância

Ontem passei no supermercado, a caminho de casa. Estava um dia particularmente difícil apesar de ser segunda-feira, parecia um domingo à tarde, nem tive paciência para esta na bicha da charcutaria e, claro, as caixas estavam pejadas de gente. Para piorar a coisa, a caixa que escolhi tinha uma estagiária que se fartou de “meter água”. À minha frente ia um sujeito que, entre outras coisas, comprou meia meloa, embalada, com uma etiqueta com código de barras. A rapariga tentou infrutiferamente, por duas ou três vezes, passar o código pelo detector, após o que passou a digita-lo, manualmente, na caixa. Este procedimento é comum, como poderá comprovar qualquer pessoa que vá, com frequência, a um supermercado. Acontece que, no meio da atrapalhação, na última vez que passou o código no detector antes de o digitar manualmente, a máquina acusou, como pude desconfiar pelo som, característico, que esta emitiu. Pude constatar que o sujeito também desconfiou, porque meteu imediatamente os óculos, e ficou a olhar para a caixa. Ora, o sujeito, em vez de alertar a rapariga para o facto, deixou que esta tirasse a conta e só depois fez notar que a meloa tinha sido passada mais de uma vez. A rapariga da caixa, obviamente atrapalhada, socorreu-se de uma colega mais experiente que estava ao lado. Entretanto o comprador decidiu por bem fazer uma fita, e o sujeito que estava atrás de mim, na bicha, aproveitou para mandar umas “bocas” para o ar, enquanto olhava para mim à espera de uma confirmação de razão no que dizia. Eu limitei-me a rir, paguei a minha conta, que entretanto a rapariga já tinha feito, e vim-me embora sem assistir ao desfecho da tragédia. Pergunto-me, no entanto, se aqueles dois sujeitos serão tão intolerantes com os erros deles, como são com os erros dos outros. É que a minha experiência profissional diz-me que é precisamente o oposto: aqueles que são muito intolerantes, erram tanto, ou mais, do que os outros, mas nunca o reconhecem.
Um bocadinho, mais, de tolerância, por favor!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Abaixo o milho transgénico!

Ouvi ontem nas notícias, que houve um bando que se divertiu a destruir um hectare de milho transgénico, com a desculpa do ecologismo. Até aqui tudo bem, sempre houve arruaceiros e gente disposta a tomar medidas radicais em prol de causas mais ou menos justas. O que realmente me espantou foi ter ouvido, em entrevista a um dos canais de televisão (não me lembro de qual), um representante do dito movimento ecologista (parece que se chama Verde Eufémia) afirmar que tinham feito um acto pacífico (isso mesmo, destruíram, pacificamente, um hectare de milho transgénico). Pode estar aqui a solução para muitos actos bárbaros da humanidade. Até parece que já estou a ouvir os neo-nazis – Hitler matou, pacificamente, 4 milhões de Judeus! Ou os defensores do regime Soviético – Estaline deixou à fome, pacificamente, 1 milhão de Ucranianos!

P.S. – Será que este movimento ecologista teria a mesma ligeireza com uma plantação de canábis? Até porque parece que a erva faz mal à saúde...

Eu e a mania do bricolage

Comprei, na semana passada, um móvel/estante/cómoda, no Ikea. Cometi o erro fatal do macho Português que se preze, em vez de contratar o serviço de montagem resolvi montar eu o dito cujo, afinal, quão difícil poderia ser?
Pois bem, foi o fim de semana todo naquilo, e ainda ficaram por montar as gavetas. Tive que fazer furos no tecto e fartei-me de comer pó. A meio da montagem faltou-me o material e lá tive eu, coberto de pó dos pés à cabeça, de ir comprar a correr mais uns quantos parafusos. Enfim, um fim-de-semana em cheio.

Agora já aprendi. Para a próxima, torno a fazer o mesmo erro, que isto de errar é humano, mas já não tenho razões de queixa.