quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Já lá estamos, obrigado Felipão!

Não jogámos nada. Podíamos ter morto esta questão da qualificação no jogo com a Polónia, ou no jogo com a Sérvia, mas não matámos. Podíamos ter ganho o jogo de ontem para ficarmos mais descansados, mas não ganhámos. Podíamos ter ficado apurados para o Europeu mas, ..., ficámos! Pois é, é que eu ainda sou do tempo em que ficávamos sempre à porta, e com exibições de “encher o olho”. Em que qualquer qualificação, com craques ou sem craques, com este e com aquele seleccionador, com grupos mais ou menos fáceis, era sempre uma desilusão.
De facto, até ao Europeu de 82, nunca tinha visto a selecção em torneios daquele calibre e, depois da célebre vergonha de Saltillo, tivemos um jejum de mais de uma década. Foi preciso uma geração de jogadores verdadeiramente extraordinária para que começássemos a frequentar, com regularidade, as altas esferas do futebol mundial.
Para mim, mais importante que jogarmos bem e ganharmos sempre, é a presença contínua em fases finais. Até porque, sejamos francos, são raras as “grandes” selecções que fazem boas fases de apuramento. Isso é, em geral, apanágio dos “pequenos”.
Agora, na ressaca das saídas de Figo, Rui Costa e companhia, quando seria de pensar num regresso aos bons velhos tempos das vitórias morais, voltámos a conseguir; estamos lá.
Podemos não gostar do Felipão, eu confesso que não morro de amores por ele, mas a verdade é que devolveu a Selecção aos Portugueses. Contra tudo e todos e, principalmente, contra os poderes instalados, seguiu o seu rumo. Assim, paulatinamente, a Selecção deixou de estar a serviço de um clube, como esteve do Benfica até aos anos 80, e depois disso do Porto, e passou a existir, finalmente, como o “clube de todos nós”.
Obrigado Felipão, e parabéns.

Sem comentários: