segunda-feira, 30 de maio de 2011

FMI

Recebido por e-mail (daqueles
que circulam nestas alturas)
Isto da barraca do Strauss-Kahn tem que se lhe diga.
Na minha opinião o homem foi vítima de uma maquiavélica maquinação de alguém que conhecia a sua queda para pequenas jeitosas (ou não). É claro que era facílimo introduzir no quarto, disfarçada de empregada de hotel, uma moça com um decote um bocadito mais generoso que o habitual e pimba!
Mas podemos ir mais além e a tudo isto juntarmos uma cabala género FCP: "Ó presidente, quer café com leite, muito escuro ou claro?". O homem escolheu a cor do galão, que isto do mundo da alta finança não deve ser muito diferente do futebol, e, azar dos azares, à hora combinada aparece a empregada do hotel, e não o galãozinho requisitado, e catrapimba!
E a prova é que, com a idade que já tem, ele deve precisar da ajuda do comprimido azul, portanto, tem de haver intenção por trás do ato (ai que bem que eu já escrevo com o novo acordo!). Porque aquilo não se toma só por recriação ou porque até pode aparecer no caminho uma pequena. Não, toma-se porque vai haver festa.
E assim se enterra um gajo que não consegue deixar de pôr as mãos no cesto da fruta.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Chicha, e da boa

Estava eu comodamente sentado numa explanada do bairro de Santos, vulgo Rego, para um jantar e, distraído em conversa com a agradável companhia, deito os olhos à ementa. Ao reparar nalgo estranho digo para os meus botões:
- Chicha 110!? Mas o que é que é Chicha 110?
Ao que o empregado de mesa, que se encontrava por trás do meu ombro, me responde com ar pachorrento:
- Chicharro, amigo, chicharro.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

E agora?

Parece-me por demais evidente que o Sócrates, por tudo o que fez e que ameaça fazer, não é uma opção de governo para este país. Nem vale a pena estar para aqui a esticar-me a dizer mal do homem, tudo o que já foi dito é mais do que suficiente.
Já Passo Coelho, na minha opinião, reúne todas as condições necessárias para ser "primeiro". Senão vejamos: é bem parecido, tem um agradável tom de barítono, profere discursos com boa dicção e, mais importante, nunca trabalhou na vida. O problema é que não tem na cabeça outras ideias para além do gasto, e que já provou que não funciona neste país sem cultura de empresa e de concorrência, liberalismo absoluto.
À direita, o ex-ministro da defesa e assuntos do mar(!?), aprendeu a lição quando foi derrotado pelos "trotskistas", o que o levou a vir fazer uma fita à televisão, e passou a um discurso puramente demagógico com algumas ideias boas, diga-se, mas que duvido venham a ser implementadas em caso de vitória.
À esquerda temos mais do mesmo: Portugal fora da nato, nacionalizações já, FMI fora!(esqueci-me de alguma?)
Não deixa de ser curioso que, passados 100 anos, tenhamos voltado a um estado de calamidade a fazer lembrar a 1ª República.
O que, à falta de uma monarquia para culpar e derrubar, nos irá conduzir onde?
Até tenho medo de pensar...
(deveria ter guardado este post para 28 de Maio?)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Thor

Para alguém como eu, que devorava comics americanos quando era novo, este era mais um filme invitável, como foram os Homens Aranha, os Homens de Ferro ou os X-Men.
Thor nunca foi um dos meus preferidos; era um deus, sobrehumano, uma espécie de super-homem, e a minha preferência sempre foi para os heróis mais humanos: o Homem Aranha, na Marvel, que lutava contra as dificuldades da vida; o Batman, na DC, não tinha superpoderes, apenas uma invejável forma física, inteligência e montes de dinheiro.
As únicas histórias que me agradavam, no Thor, eram aquelas que envolviam Asgard e as lendas nórdicas, que esse assunto, sim, interessava-me.
Pois este filme, que felizmente consegui ver sem ser em 3D, tem, precisamente, uma grande dose de Asgard, Odin e dos amigos de Thor, divindades menores nórdicas, só conhecidos pelos iniciados nesta banda desenhada.
A história desenvolve-se em torno da guerra dos deuses de Asgard com os gigantes do frio pelo controlo do universo, um tema épico ao meu gosto, tendo pelo meio uma proverbial "guerra" entra pai, filho e um irmão: mais uma variante do eterno Rei Lear de Shakespeare.
Thor é desempenhado por um grande "bruto" australiano. Um verdadeiro macho, que não se conseguia sentir no cinema mas de certeza que cheira a cavalo, que não se deixa intimidar pela bela Natalie Portman e despacha tudo à pancada, ao jeito de Sir Lancelot no saudoso Mounty Python's Search for the Holly Grail.
Um bom filme, sem lamechices, e com um viking suficientemente bem parecido para justificar uma ida ao cinema à namorada.

domingo, 15 de maio de 2011

Fundamentalistas

Retirada d' O Expresso
Deparei n' O Expresso online com esta triste notícia que nos EUA, esse bastião da liberdade, um jornal publicou esta imagem do "estado-maior" da Casa Branca a assistir, qual sessão de cinema, ao ataque a Bin Ladin. O estranho da dita é que as mulheres presentes foram retiradas digitalmente da foto por, escreve-se, serem imagens sexualmente estimulantes.
Dir-se ia que foram publicadas por uma qualquer facção muçulmana extremista, mas não. São extremistas, sim, mas judeus.
E esta heim?

Futebóis

Sou Sportinguista, sempre fui. Mas tenho de registar aqui o que me parece ser uma das tradicionais injustiças da bola, fruto da ignorância dos adeptos e, o que acho imperdoável, do fanatismo dos nossos comentadores e jornalistas desportivos.
O Benfica acabou a época em segundo lugar a 15 pontos do Sporting e, pasme-se, acabou a época numa desgraça. O Sporting, a 36 (!) pontos do líder acabou a época em grande, derrotando na "pedreira" o "seu adversário directo", o Braga, com uma exibição que raramente lhe vimos esta época.
Serei só eu que acho isto um bocadito estranho?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Irene

Fui um bocado à boleia dos meus amigos ver "Irene". Não sabia ao certo ao que ia, mas sendo uma produção d' O Bando achei que o sucesso estava garantido à partida. Não me decepcionei (isto ainda se escreve assim?), gostei do texto e da interpretação. Irene roda à volta de uma mulher que volta à sua terra natal onde encontra o tio que a criou, mas a história dá e volta e no final fiquei com a impressão que as personagens eram fictícias e que apenas existiam na cabeça da personagem principal. Entretanto o palco, que começa cheio de tralha, vai sendo arrumado pela outra personagem da peça - que não chegamos a perceber ao certo quem é: Tio? Amigo? Terapeuta? Consciência? Ou tudo isto junto? - com se fosse o arrumar da cabeça da protagonista.
Não costumo acompanhar as novelas nacionais e portanto não sei do que a Margarida Vila-Nova seria capaz, mas desempenha o papel na perfeição, com energia quando é precisa e lentidão quando é necessária. Gostei também da sua postura e linguagem gestual em palco. Uma alegre surpresa mas que, provavelmente, não deveria ter sido.
Mais uma recomendação.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estrangeirada

Decididamente, tenho cara de estrangeiro. É comum, pelas ruas de Lisboa, as pessoas dirigirem-se a mim noutras línguas que não o Português.
Hoje, ou melhor, ontem, fui à casa de banho de uma pastelaria e, quando ia a sair, apareceu uma senhora, velhota, com aparentes problemas de locomução. Cheguei-me para o lado e esperei pacientemente que a senhora passasse.
Esta, agradecida, dirigiu-me um enorme sorriso enquanto me brindava com um arrastado "Hello".
Sorri-lhe de volta e dei-lhe, também, um acalorado "Hello".

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tempus Fugit

Andava eu a passear pela Madragoa quando vi duas rapariginhas vestidas de igual, de saia aos quadrados coloridos e camisa, e pensei cá para os meus botões: "não me lembro de nenhum colégio de freiras aqui por estes lados, de onde será que esta duas vêm?".
Apenas ao aproximar-me delas reparei nos emblemas hieráldicos cozidos às capas dobradas e atiradas sobre os ombros. Eram duas estudantes universitárias, trajadas, provavelmente do IAD de ali ao pé. Bons tempos, aqueles em que distinguia estudantes universitárias de liceais.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Agamémnon - Vim do Supermercado e dei  Porrada no Meu Filho

Continuando com o meu périplo teatreiro, e como não há duas sem três, depois de sairmos do Chapitô fomos dar uma volta pelo chiado, e uma das minhas amigas lembrou-se de ir ver se havia qualquer espectáculo no Jardim de Inverno do São Luís. E, coincidência das coincidências, havia, e era outra peça de teatro com o sugestivo título que também é título deste "post".
O texto é da autoria do dramaturgo hispano-argentino Rodrigo García, a encenação de John Romão e a interpretação está a cargo de Gonçalo Waddington.
Não conhecia, confesso, Rodrigo García, mas de acordo com o que li pela net trata-se de um autor muito premiado, e esta obra, a sua primeira a ser levada à cena em Portugal, recebeu o prémio UBU 2004 em Itália.
A peça conta a história de um pai de família que vai ao supermercado fazer compras, e cede ao seu impulso consumista comprando uma série de coisas inúteis. Chegado a casa verifica que comprou ao seu filho uma camisola grande de mais e quando este recusa voltar com ele ao supermercado para a trocar torna-se violento. O actor convida a família para jantar fora e leva-os a um KFC, onde segue o seu monólogo numa dissertação sobre o consumismo, o capitalismo e a esperança.
O texto é bastante violento e a encenação chocante, envolvendo linguagem rude, agressividade e muito ketchup. Apesar de não conhecer o autor li algumas coisas na net que me permitem concluir que é comum nas suas peças este tipo de atitude chocante, para chamar a atenção e fazer valer o seu ponto de vista. Na minha opinião, apesar de conseguir chamar a atenção, a mensagem que pretende fazer passar é banal: uma dissertação contra os males do capitalismo, e a verdade é que já não tenho idade para me chocar, ou rir, como faziam nervosamente alguns espectadores, sempre que o actor berra um palavrão em palco, ou enche uma camisa de ketchup. Chocou-me, sim, ver a maneira como tratou alguns livros em cima de outras tantas estantes - sou muito sensível neste ponto.
Até sou capaz de aceitar que este autor seja vangloriado por uma certa "intelectualidade" pelo trabalho que faz em prol do teatro como arma de comunicação e não de entretenimento. Mas, sinceramente, já não tenho pachorra para isto. No entanto, há que dizê-lo com toda a frontalidade, o nosso grupo, onde ninguém  gostou particularmente desta peça, discutiu-a durante muito mais tempo que a anterior, que toda a gente tinha adorado; teve, pelo menos, o condão de nos pôr a discutir (no bom sentido, claro).
Resta-me dizer que, apesar de tudo, Gonçalo Waddington construiu uma personagem poderosa e parece-me que consegue extrair todo o sumo da peça.
Mais uma vez não podia recomendar que vão a correr ao São Luís ver a peça, mesmo que quisesse, porque já saiu de cena.
Para a próxima vai ser melhor com certeza, vou ver "Irene" pel' O Bando.