quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Gralhas

Houve um "sketch", no saudoso Tal Canal, em que um escritor, se não me engano de nome Kalinka, esta a ser entrevistado àcerca do seu novo livro, de nome "A Selba".
Conversa vai, conversa vem, ficámos a saber que o nome do Livro, afinal, era "A Selva" e que "A Selba" era gralha!
Esta história, obviamente, era uma criação humorística, mas vem a propósito de uma gralha verdadeira.
Certa vez, na Feira do Livro, encontrei na banca dos Livros do Brasil, na colecção Argonauta, um livro da Autoria de Marion Vimmer Bradley. Perguntei ao lojista se aquilo estava correcto, porque eu conhecia uma escritora chamada Marion Zimmer Bradley. Ao que ele me disse que tinha razão, mas quando tinham dado pelo erro o livro já estava impresso e o custo da alteração era proibitivo, portanto ficou assim. Mas a verdade, disse também, é que eu era a primeira pessoa que tinha dado por isso.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E vamos a 2011!

E pronto, já lá vai mais um. Este, confesso, não me correu lá muito bem. Espero que o próximo seja melhor.
De acordo com um amigo meu, versado nas coisas da astrologia, o ano que agora passa não era propício à mudança. Portanto que raio de ano fui eu escolher para uma das maiores mudanças da minha vida. Mas, de acordo com o mesmo o ano que aí vem vai ser o ano das grandes decisões e mudanças.
Assim sendo, desejo a todos grandes mudanças, grandes decisões e um grande 2011.
Feliz ano novo e boas entradas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Fairytale of New York

Aqui deixo a melhor canção de Natal de todos os tempos. Gosto principalmente da passagem "Merry Christmas you arse, I pray God it's our last". Vale a pena rever a letra:


It was christmas eve babe
In the drunk tank
An old man said to me: won't see another one
And then they sang a song
The rare old mountain dew
I turned my face away and dreamed about you
Got on a lucky one
Came in eighteen to one
I´ve got a feeling
This year´s for me and you
So happy christmas
I love you baby
I can see a better time
When all our dreams come true.

They got cars big as bars
They got rivers of gold
But the wind goes right through you
It´s no place for the old
When you first took my hand on a cold christmas eve
You promised me broadway was waiting for me
You were handsome you were pretty
Queen of new york city when the band finished playing they yelled out for more
Sinatra was swinging all the drunks they were singing
We kissed on a corner
Then danced through the night.

And the boys from the NYPD choir were singing Galway Bay
And the bells were ringing out for christmas day.

You´re a bum you´re a punk
You´re an old slut on junk
Lying there almost dead on a drip in that bed
You scumbag you maggot
You cheap lousy faggot
Happy christmas your arse I pray god it´s our last.

And the boys of the NYPD choir's still singing Galway Bay
And the bells were ringing out
For christmas day.

I could have been someone
Well so could anyone
You took my dreams from me
When I first found you
I kept them with me babe
I put them with my own
Can´t make it out alone
I´ve built my dreams around you

And the boys of the NYPD choir's still singing Galway Bay
And the bells are ringing out
For christmas day.
 
Feliz Natal!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Eu queria era ter tempo de ir à discoteca

Hoje ao almoço a conversa foi dar à moda de sair depois do natal para dar um saltinho à "disco". Não é recente, diga-se, começou quando eu andava na faculdade, já lá vão uns anitos valentes, mas mesmo que quisesse não conseguia entrar nesta moda.
Cá por casa o Natal começa com a Missa do Galo que, com ida e vinda da igreja, faz com que nunca se esteja em casa antes da uma.
Depois segue-se a morosa abertura dos presentes, em que cada um, à vez, abre as prendas que lhe dizem respeito. Isto nunca acaba antes das quatro da manhã.
De seguida atacamos a mesa, onde não pode faltar chocolate quente e salsichas (sim, salsichas, a verdadeira tradição natalícia).
Acabado o repasto já não há tempo, nem disposição, se não para ir para casa. Mas não trocava a consoada por discoteca nenhuma deste mundo.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

As maravilhas do Facebok

Bendito Mark Zuckerberg que inventou o Facebook e assim permite a milhares de ociosos disfrutar de dias mais cheios.
De vez em quando publico umas bocas ao Benfica, o que faz exaltar um certo amigo benfiquista que lá tenho que, por sua vez, responde, fazendo exaltar um outro amigo, Sportinguista, que também lá tenho.
É um festival o dia todo, a ver cairem em catadupa no e-mail as notificações do Facebook, a dizer que um e outro respondem consecutivamente à minha publicação.
E é vê-los a guerrearem-se com palavras mais ou menos agressivas e insultuosas todo o santo dia.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Deolinda

Suburbanos antidepressivos, é como definiria os Deolinda. De facto, o que mais aprecio na música desta banda é o humor antidepressivo que propagam, entre imagens de paisagens suburbanas de Lisboa.
Já começam a dar que falar lá fora,, como se pode verificar aqui: http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment/music/live_reviews/article6450667.ece, e aqui: http://www.huffingtonpost.com/michal-shapiro/fun-with-fado-deolinda-pl_b_765318.html, por causa da maneira original como conjugam a música popular portuguesa (que para os estrangeiros é só e sempre fado) com outras referências como o Jazz ou o Samba.
Os deolinda matam dois coelhos de uma cajadada (deixa-me cá usar esta frase antes que se torne politicamente incorrecta) dão a volta à música popular com uma aproximação minimalista (duas violas e um contrabaixo) e cantam em Português.
Talvez seja esta a receita correcta para este país deprimido, a renovação do que temos com uma pitada de originalidade e um cunhozito pessoal, conquistando-nos primeiro a nós, e depois ao mundo.
Quanto a mim, sou fã incondicional dos agudos doces da Ana Bacalhau:

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Beijocas na multidão

Há muitos anos atrás, ainda eu era um jovem garboso, ia a subir a Av. das Forças Armadas, ao pé da Faculdade de Farmácia (sítio para se ter bons encontros, pelo menos na altura), e vem na direcção oposta uma moça, atraente, alourada, de rabo-de-cavalo (até me lembro disto...). Dirige-se a mim, com um sorriso, e espeta-me duas beijocas enquanto diz:
- Há que tempos que não te via.
E eu respondi:
- Não sei quem és, mas as tuas beijocas são sempre bem vindas.
A rapariga, se houvesse por ali um buraco, tinha-se enfiado nele.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por trás de uma serra há sempre uma montanha

Aqui há uns tempos o meu amigo Chico tentou suicidar-se e fui chamado às tantas da manhã para ir em socorro do dito. Quando lá cheguei já lá estava a Polícia e, enquanto estávamos à espera do INEM, um dos dois guardas que tinham atendido à ocorrência, numa tentativa de levantar o moral do acidentado, proferiu a seguinte frase lapidar:
- Ó Sr. Chico, então o Sr. não sabe que por trás de uma serra há sempre uma montanha?
O pobre nem percebeu que tinha acabado de dizer que o pior ainda estava para vir, mas a frase ficou nos anais do nosso grupinho e é sempre empregue em jeito de "private joke", irónica, quando pretendemos animar alguém.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

Harry Potter e os Talismãs da Morte

Achei este livro, de longe, o pior da série. A autora, de tanto querer criar um fim surpreendente, acabou por retorcer demais a história. E isto para não falar das centenas de páginas de palha de que, para dizer a verdade, não me lembro mesmo nada.
Daí que o filme tenha sido uma alegre surpresa.
Encontramos os três heróis da história já não como adolescentes inconsequentes, mas como jovens adultos. O realizador foi perfeitamente capaz, ao contrário de J. K. Rowling, de nos transmitir a sensação de responsabilidade e a solidão "Frodiana" que lhes pesa nos ombros. Até parece um filme de fantasia a sério.
Harry Potter e os Talismãs da Morte é um filme adulto, muito para além da simples história de crianças que é suposto ser. Para isso também contribui o bom desempenho dos três jovens actores, pelos quais, confesso, não punha as mãos no fogo. Se Ruper Grinth sempre me pareceu o melhor dos três, o único com estaleca para vir a ser um actor a sério, não me parece que possa vir a triunfar, por falta de "sex appeal". Notei, no entanto, uma melhoria significativa em Daniel Radcliffe, talvez o único dos três que pense a sério numa carreira de actor. E quanto a Emma Watson, que sempre me pareceu a mais fraca do trio, desenvolveu-se definitivamente, e aparenta, ao contrário dos outros dois, que vai ter beleza qb para as câmaras. Pode ser que se torne a grande vencedora de tudo isto.
Mais um filme a ver, sem dúvida.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O mundo moderno

Ouvida, o outro dia, algures em Lisboa:
Cheguei a casa dos meus pais e minha mãe estava a ver um programa na SIC Radical, um episódio sobre um clube de swing em Amsterdão, bué hard-core, com sexo explícito e tudo! Vai daí ela pergunta-me:
- O que é um minete?
E estás-me a ver, a mim, com quase quarenta a explicar à minha mãe, de 65, o que é um minete...

domingo, 28 de novembro de 2010

RED Perigosos

Gosto de filmes de gimbras que se lançam à aventura e que passam grandes bigodes na malta nova. Sempre gostei, não é só por estar velho; Os Cowboys do Espaço (Space Cowboys), por exempo é um dos meus filmes preferidos de sempre.
Daí que tenha ido a correr ver este filme assim que tive oportunidade e, meus amigos, é um filme à antiga. Heróis duros de roer, acção de meter inveja, humor q. b. e, pasme-se, românticas cenas de amor. Tudo isto sem rapazitos jeitosos e meninas de busto generoso.
Não é difícil fazer resultar a receita, basta um argumento razoável e cinco actores de se lhe tirar o chapéu: Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovitch, Hellen Mirren e Mary Louise Parker.
Numa pontuação de 1 a 10 dou-lhe 11!
A ver, definitivamente.

domingo, 21 de novembro de 2010

Paixão

Porque aqui pelo burgo também há alguns rapazes a fazer coisas bonitas. Só é pena a pequena que canta não ser espanhola ou sul-americana:



No me olvides que yo me muero
Amor, mi vida es sufrimiento
Yo te quiero en mi camino
Por vos cambiaba mi destino

Ay, abrázame esta noche
y aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos.

Tengo un corazón penando
Yo sé que vos lo estas escuchando
Con mil lágrimas te quiero
Pasión sos mi amor sincero

Ay, abrázame esta noche
y aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amanhã é sexta

E eu estou à espera que o povo não vá trabalhar, graças à OTAN, e que eu tenha um dia decansado e com pouco trânsito.
Amen.

sábado, 13 de novembro de 2010

Never give all the heart

Hoje está-me a dar para isto:

NEVER give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that's lovely is
But a brief, dreamy. Kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost. 

W. B . Yeats
 

domingo, 31 de outubro de 2010

O problema de andar à chuva, é que um gajo molha-se!

Eu ando muito, dizem que é de família. O facto é que quase todos os dias vou a pé do emprego para casa. São um pouco mais de 6 km que faço em cerca de uma hora, numa versão curta do caminho, ou em cerca de 1:15h numa versão mais longa; conforme o que me apetece na altura.
Andar a pé é um bálsamo para a minha alma. Saio do emprego stressado e chego a casa cansado, mas calmo. Para além disto é um excelente exercício físico.
Mesmo quando chove arrisco-me a fazer o caminho, na esperança de escapar entre dois aguaceiros, o que em geral resulta; sou capaz de ter falhado a minha caminhada apenas quatro ou cinco vezes no último ano.
No entanto o problema não é a chuva; são as poças de água que se acumulam nos nossos excelentes alcatroados, sempre junto à berma, e que alguns automobilistas simpáticos fazem questão de pisar, alagando quem vai a passar no passeio naquela altura. Alguns, como os motoristas da Rodoviária de Lisboa na Alameda das Linhas de Torres, até parece que fazem de propósito, conduzindo tão perto do passeio que dir-se-iam malabaristas.
Mas eu sou teimoso. Molhas ou não, vou continuar a fazer as minhas caminhadas.

sábado, 30 de outubro de 2010

As diferenças entre os sexos

Estou aqui a ver o programa de magia na SIC. À pergunta do apresentador, pelas ruas de Leiria, sobre o que fariam aparecer se pudessem, as mulheres foram unânimes em dizer dinheiro (o rico dinheirinho). Já os homens parece que se inclinam mais para "umas gajas boas".

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

António Variações Estou além


Faço parte daqueles que te criticavam, preso a um medo do desconhecido tão característico deste nosso cantinho à beira-mar plantado. Não quis ouvir, não compreendi.
Faço aqui o meu "mea culpa" e rendo-te a minha homenagem, eu, que tantas vezes me sinto assim  mas não sou capaz de o exprimir por palavras como tu tão bem fizeste.

Estou além - António Variações
Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou...

sábado, 9 de outubro de 2010

Salt

Li numa crítica que o papel principal deste filme estava destinado ao Tom Cruise, tendo à última hora sido oferecido a Angelina Jolie, o que, de acordo com o crítico, deu ao filme o que ele precisava par ser convicente; se o papel fosse desempenhado por Tom Cruise tido sido uma pastelada.
Bem, eu também prefiro ver a Angelina Jolie em vez do Tom Cruise, mesmo que já esteja a perder a frescura. Mas a verdade é que o Tom Cruise é um actor razoável e a Angelina Jolie deixa muito a desejar; as expressões são sempre as mesmas, o modo de interpretação também, podia ser o Mr. and Ms Smith, ou o Gia que não se notava a diferença.
Para além disto o filme é todo muito denunciado, a história não é, de todo, original (parece o Alta Traição, com o Kevin Costner, dos anos 80) e pouco emocionante.
Se calhar sou eu que já estou farto de ver filmes destes que acabam por ser muito parecidos mas, definitivamente, não recomendo.
É um filme com muita falta de "salt"

Consegui, consegui (Twilight)!

Tive de ler dois livros pelo meio mas consegui acabar esta coisa.
Até aceito que as constantes e enfadonhas referências à perfeição do vampiro principal entusiasmem o público feminino jovem. Que estas se identifiquem com a personagem principal na sua suposta mediania de aspecto, que encanta o rapaz mais lindo do mundo e arredores.
Mas para mim o livro foi um tédio. Só anima no fim, com ataque de um vampiro mauzão, para acabar logo depois.
Não fiquei com vontade nenhuma de ler o segundo.
Para me vingar, e limpar a mente, já comprei o terceiro da trilogia Milennium, do Stieg Larsson.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O'Gilins

Quem não conhece este bar irlandês no Cais do Sodré? Passei lá muitas noites na minha vida e tive alguns episódios rocambolescos naquelas casas-de-banho.
Uma vez, entrei para aliviar a bexiga, e a água no chão já tinha um dedo de altura. Dou de caras com um irlandês, grosso, que me diz:
- It's the Titanic, the water's 'commin' in!
De outra vez passei por um bêbedo, antes de entrar, que me grita:
- O meu pai morreu virgem!
Já tenho saudades daquelas noitadas.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vivá República, pá!

Como é natural nesta altura do ano, envolvo-me em discussões mais ou menos acaloradas com os Monárquicos que conheço.
Eu, que até já fui monárquico antes de ser republicano convicto, acho que os argumentos dos monárquicos se resumem a uns poucos: A monarquia é mais barata que a república; os países mais desenvolvidos da Europa são monarquias; os rei é uma figura com a qual o povo se identifica. Não penso que haja muitos mais para além destes.
Em relação ao preço da monarquia penso que não deve ser assim tão diferente da república (vide o recente caso dos gastos da Rainha de Inglaterra) e ainda para mais com a propensão dos Portugueses, monárquicos ou republicanos, para os gastos excessivos, rapidamente concluímos que não é por aí que vamos ganhar com a mudança.
Já quanto à suposta superioridade dos países monárquicos sobre os republicanos penso ser um mito (bem) criado pelos monárquicos para sustentar a sua causa. Geralmente dão o exemplo dos países nórdicos como expoente da civilização e sendo, na sua maioria, monarquias, conclui-se a superioridade deste sistema. É verdade que o são, mas no meio deste clube também há a Finlândia, tão civilizada e desenvolvida como os seus vizinhos. E que dizer do eixo central, Alemanha, França e Inglaterra, as mais pujantes economias da Europa, e duas delas repúblicas. Descendo ao sul verificamos que os vizinhos latinos estão em grau muito semelhante de "incivilização", e também aqui há repúblicas e monarquias.
O povo identifica-se com o seu Rei! Mas será que se identifica mesmo? Falando por mim não me identifico nada, nem acho que ninguém seja o "símbolo vivo" da nação.
Não me arrogo, no entanto, à posse da verdade absoluta. E defendo que se a maioria do povo quiser uma monarquia, apesar de não concordar, acatarei a decisão (embora não tenha intenções de ir a nenhum beija-mão).
Parece-me, portanto, que o regime é mais uma questão de gosto do que propriamente de vantagens para o povo.
Quanto a mim, fico-me pela república, pá.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Shrek Forever


E pronto, acabou. De acordo com a Dreamworks o quarto Shrek (Shrek Forever After) é o último. Mas visto o filme tenho pena. Este, como todos os anteriores, é uma homenagem à espantosa imaginação da equipa que faz de cada um destes filmes uma obra prima. A originalidade das histórias faz com que nenhum dos filmes se torne repetitivo, ao contrário de outras séries, e a imaginação dos autores continua delirante, e faz parecer que poderiam facilmente fazer filmes, uns atrás dos outros, sem nunca esgotar o filão.
Shrek, casado e com três filhos, atravessa uma crise de meia-idade e leva-nos numa viagem alucinante na procura de um significado para a sua vida, ajudado por um "actor" secundário que, a ser uma interpretação real, seria certamente merecedora de um óscar.
Os autores até conseguem justificar a existência do vilão com uma história passada antes do primeiro filme, protagonizada pelos seus sogros que, de tão bem enquadrada que está, faz corar de vergonha autores de sequelas e prequelas de Hollywood.
É caso para dizer: long live Shrek!

domingo, 11 de julho de 2010

E à primeira foi de vez

Conforme tinha previsto o Polvo (mas será que ninguém pergunta ao animal os números do euromilhões?) a Espanha ganhou o mundial. Não estou contente nem triste com a vitória da Espanha que acho justa, apesar do golo ser no seguimento de uma falta não marcada a favor da Holanda. Fico triste, isso sim, por Portugal, porque a vitória da Espanha, e já agora as presenças da Holanda na final e da Alemanha nas meias, são fruto de um trabalho sério de formação no futebol, que os tem tornado campeões crónicos nas camadas jovens, com presenças assíduas em todas as fases finais em praticamente todos os escalões.
Enquanto isso nós continuamos felizes e contentes porque temos o Cristiano Ronaldo, e esperamos, como há uns anos pelas "explosões" de Futre, que ele nos resolva os jogos, já que nós, com país e equipa, não temos capacidade para isso.
Viva Portugal!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Robin ainda sem ser dos bosques


Fui ontem ver o "Robin Hood" (é curiosa a dualidade da palavra "Hood", é que tanto pode ser bosque como capuz. Robin do Capuz nem ficava mal). Estava com curiosidade de ver o filme desde que vi a entrevista com a Cate Blanchett e o Russel Crowe, para saber de que forma é que o Ridley Scott tinha dado a volta ao texto para este filme não ser igual aos outros. Devo confessar que gostei, no fundo conta os acontecimentos que levaram Robin Hood ser um fora da Lei. O filme está bem-feito, sem muitos efeitos especiais mas com cenas grandiosas, realistas (se excluirmos, claro está, as lanchas de desembarque no sec. XI). A história está engraçada e é de facto diferente do "tradicional" Robin Hood, ao ponto do Xerife de Notingham ser um papel absolutamente secundário na história. O mau da fita é desempenhado pelo excelente Mark Strong, e o Príncipe João (nunca tinha visto o actor) é um papelaço.
Um bom filme para duas horas de diversão num fim-de-semana, ou numa noite pouco movimentada como foi o caso.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mundial 2010


Tenho lido, um pouco pela blogosfera e outro tanto na imprensa, que a malta devia era preocupar-se com a crise em vez do mundial, que devíamos era aspirar ao fim do desemprego e ao crescimento económico, que o nosso sonho devia ser endireitar o país e não sermos campeões do mundo.
Pois é. Mas por mais infinitas que sejam as hipóteses ainda há chances de ganharmos o Mundial. Já endireitarmos o país... com os políticos que temos...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Viva a Inês de Medeiros

Tenho andado apensar em arranjar um emprego em Angola para ver se ganho uns cobres valentes. Mas a distância da família e amigos faz-me pensar duas vezes.

Agora graça à Inês de Medeiros existe uma solução: faço-me deputado, e o parlamento paga-me as viagens.

Cara ao léu

E a França lá aprovou a lei que impede o uso da Burca.

Confesso que é um assunto que me divide. E se me divide a mim, há de dividir ainda mais a opinião pública.

Por uma lado a burca é um costume ancestral do Médio-Oriente, embora não exclusivo, na grécia antiga as mulheres também usavam véu. E há que respeitar os costumes dos outros e deixá-los, tolerantemente, encontrar a “verdade” no seu tempo e à sua maneira.

Mas não consigo disfarçar que a Burca me revolta tremendamente. É que já as vi, em França e em Inglaterra, mulheres entrapadas da cabeça aos pés, enquanto os respectivos maridos andam “fresquinhos” de manga curta. A Burca não pode ser confortável. Pode, isso sim, proporcionar o conforto do hábito em vesti-la, como o sinto de segurança de um automóvel que, ao fim de anos de uso, se estranha caso não o usemos.

Será a Burca um assunto como o das mulheres na política? Em que uns defendem que não se deve forçar com cotas e deixar o destino e a consciencialização feminina resolvê-lo e, outros, acham as cotas um mal necessário que irá conduzir, mais tarde, a um maior envolvimento feminino depois deste se tornar corriqueiro?

Sou sensível, confesso, à necessidade de identificação e o direito à diferença das minorias. Mas sendo assim não se deveria também autorizar a excisão feminina, prática corrente nalguns países africanos, e não tão incomum em Portugal, por ser tradição de alguns povos? Dir-me-ão que num caso é apenas uma peça de roupa, enquanto no outro é mutilação física. É verdade, mas acho também que em ambos os casos não são actos voluntários. Penso que nenhuma criança gosta de andar entrapada da cabeça aos pés. Se o faz é por imposição familiar e, após uns anos, sente a falta da sensação de segurança que a Burca lhe proporciona.

Poderemos, deveremos, impor os nossos costumes liberais às comunidades estrangeiras que vivem nos nosso territórios?

Não me acho em posição de decidir como os outros hão de viver as suas vidas. Mas, repito, choca-me.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O estado da economia e os prémios pornográficos

Passado um século sobre a revolução republicana observo, com preocupação, que nada mudou desde então. Basta ler o Eça, e nem sequer atentamente, para perceber que no fim do sec. XIX e no princípio do sec. XX o país andava à deriva, o défice era enorme, a dívida monstruosa, o povo explorado. Alturas houve em que os governos duraram dias.

O que mudou desde então? É certo que há mais dinheiro, fruto da nossa integração na Comunidade Europeia (CE), mas isso só serve para que haja mais e maiores corruptos. Existe também mais estabilidade governativa. Mas até quando? Assim que a situação começar a degenerar, e já não falta muito, concerteza ninguém terá vontade de tomar as rédeas ao país.

A situação atingiu o zénite da poucavergonha quando alguém é condenado por chamar corrupto a alguém que foi condenado em tribunal por corrupção, e obrigado a pagar uma idemnização de mais do dobro do que o “alegado” corrupto teve de pagar pelo dito acto de corrupção; em Portugal é mais grave “insultar” alguém do que corromper. Ou quando os Directores Gerais (agora chamam-lhes CEOs) de ex-empresas públicas são pagos pornograficamente por abusarem das suas posições monopolistas, em prejuízo da economia nacional, enquanto alguns trabalhadores das suas empresas ganham 600 Euros por mês e ainda têm de trabalhar por turnos.

Esquecem-se os políticos, ou não querem saber, que revolução republicana não foi motivada por ideais, como aliás nenhuma revolução o é, mas por uma situação de enorme desgoverno, políticos incompetentes, corrupção generalizada e impune e profundas diferenças sociais.

Como disse Hegel “o que a experiência e história nos ensinam é que as pessoas e os governos nunca aprenderam nada com a história ou agiram com princípios nela baseados”.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Guarda-chuvas

Já não estava habituado ao tempo que se tem sentido ultimamente e, pelos vistos, a maior parte dos Lisboetas também não. É o que dá passarmos 4 ou 5 anos com invernos a cheirar a verão; assim que a temperatura desce a uns míseros 5 graus lá ficamos nós a tremer de frio.

Este ano, no entanto, trouxe uma novidade: com o temporal que se fez sentir, o material de que são feitos os guarda-chuvas, certamente na China, revela a sua má qualidade e desfaz-se à mínima rabanada de vento. Consequentemente os Lisboetas não são de intrigas, largam o guarda chuva no mesmíssimo sítio onde o vento o desfez. É vê-los por essa cidade fora a emporcalhar os passeios, restos de guarda-chuvas mais ou menos desfeitos um pouco por todo o lado.

Será culpa dos chineses?