terça-feira, 20 de abril de 2010

O estado da economia e os prémios pornográficos

Passado um século sobre a revolução republicana observo, com preocupação, que nada mudou desde então. Basta ler o Eça, e nem sequer atentamente, para perceber que no fim do sec. XIX e no princípio do sec. XX o país andava à deriva, o défice era enorme, a dívida monstruosa, o povo explorado. Alturas houve em que os governos duraram dias.

O que mudou desde então? É certo que há mais dinheiro, fruto da nossa integração na Comunidade Europeia (CE), mas isso só serve para que haja mais e maiores corruptos. Existe também mais estabilidade governativa. Mas até quando? Assim que a situação começar a degenerar, e já não falta muito, concerteza ninguém terá vontade de tomar as rédeas ao país.

A situação atingiu o zénite da poucavergonha quando alguém é condenado por chamar corrupto a alguém que foi condenado em tribunal por corrupção, e obrigado a pagar uma idemnização de mais do dobro do que o “alegado” corrupto teve de pagar pelo dito acto de corrupção; em Portugal é mais grave “insultar” alguém do que corromper. Ou quando os Directores Gerais (agora chamam-lhes CEOs) de ex-empresas públicas são pagos pornograficamente por abusarem das suas posições monopolistas, em prejuízo da economia nacional, enquanto alguns trabalhadores das suas empresas ganham 600 Euros por mês e ainda têm de trabalhar por turnos.

Esquecem-se os políticos, ou não querem saber, que revolução republicana não foi motivada por ideais, como aliás nenhuma revolução o é, mas por uma situação de enorme desgoverno, políticos incompetentes, corrupção generalizada e impune e profundas diferenças sociais.

Como disse Hegel “o que a experiência e história nos ensinam é que as pessoas e os governos nunca aprenderam nada com a história ou agiram com princípios nela baseados”.

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