quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ensemble Tuva em Lisboa

Tuva é uma república russa ao sul da Sibéria fazendo fronteira com a Mongólia. A temperatura média, em Janeiro, é inferior a -30 ºC, subindo no verão a uns amenos +18ºC.
Talvez por culpa do seu isolamento, que faz com que as influências externas sejam quase nulas, os habitantes desta república desenvolveram um tipo de música único no mundo na qual sobressai a sua invulgar tradição vocal.
Para deleite deste vosso escriba, o Teatro Nacional de São Carlos resolveu trazer, na passada terça-feira ao Festival Ao Largo, que organiza anualmente, um grupo tradicional de Tuva.
Foi a segunda vez que vi semelhante coisa. A primeira, há muitos anos, quando a cantora Sainkho veio, com um outro grupo tradicional de Tuva, cantar no claustro do Mosteiro dos Jerónimos. A segunda foi esta, a do Festival ao Largo, onde fiz questão de chegar cedo para ficar num bom lugar.
O grupo actuou à hora marcada, pasme-se, perante uma plateia "à cunha", contrastando com a outra exibição que referi, que esteve quase vazia (suponho que porque este era de borla).
Foi uma hora de música fora do comum e, acima de tudo, de canto absolutamente extraordinário, em que os cantores vocalizam notas graves e conseguem fazer as cordas vocais emitir, ao mesmo tempo, um harmónico agudo que dir-se-ia ser tocado por uma flauta. Até custa a acreditar que aqueles sons sejam de uma única voz, humana.
Ora ouçam:




E aqui no canal oficial do festival pode ver-se como a música deles está intimamente ligada ao mundo que os rodeia.

2 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Parece ser bem giro. Só que isso de avisar depois do evento foi para garantires um bom lugar, confessa...

Henrique Marques disse...

Não se te consegue esconder nada. É o faro!