sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Zeca

Não me fazia as preferencias na infância, preferia o Sérgio Godinho. Comecei a dar-me mais com ele por causa de uma garota do Partido, de magníficos olhos azuis; a miúda foi-se, o Partido nunca entrou, o Zeca ficou.
É obra que alguém com conhecimentos de música praticamente nulos e sem a capacidade de tocar qualquer instrumento nos ter deixado o que deixou. No entanto, diz quem com ele privou, era dotado de um enorme ouvido, o que lhe permitia fazer música como poucos ou mesmo, na minha opinião, como nenhuns. Deixo aqui a minha homenagem, nos 25 anos da sua morte, aquele que considero o expoente maior da música popular portuguesa do séc XX, injustamente conotado politicamente. Uma melodia simples com umas violas, vozes e pouco mais, que resultam num quente ritmo africano, sem necessidade de recorrer a caixas de ritmo com síncopas forçadas.
Muito mais havia a dizer sobre a sua música, letras, voz e interpretação, mas o melhor é ouvi-lo.
Zeca: és sem dúvida um daqueles que "por obras valorosas se vão da lei da morte libertando".

2 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Sempre o vi com essa conotação política, talvez a razão de nunca lhe ter prestado grande atenção. Mas o que fui ouvindo foi o suficiente para lhe ter algum respeito e simpatia, o que te garanto é muito mais do que sinto pela esmagadora maioria das pessoas!

Abraço!

Patrícia disse...

Música de intervenção, e boa música diga-se de passagem, está a desaparecer. Lamento que tal esteja a acontecer. Grandes nomes da música portuguesa estão a ser substituídos por cantores que para mim roçam as interpretações miseráveis. Parafraseando Zeca Afonso: "Venham mais cinco" iguais a ele para ver se isto muda.

Beijinhos
Patrícia