segunda-feira, 21 de abril de 2008

Ai flores, ai flores de verde pino


Já acabei!
No seu novo romance Miguel Sousa Tavares leva-nos numa viagem pela primeira metade do século XX português, no que parece ser uma rigorosa investigação histórica, acompanhando o percurso de um filho de uma família tradicional do Alentejo que rompe com a tradição.
Começo por dizer que, na minha opinião, o livro é excessivamente caro. Aliás proclamei a alto e bom som, sem segundas intenções, garanto, que não pretendia gastar dinheiro nele. Isto terá, certamente, funcionado como catalisador para que mo oferecessem, e pronto, li-o.
Baseado numa história verídica, Miguel Sousa Tavares demonstra que é, de facto, o mais acutilante comentador político do país, e na minha opinião o único. Aproveitando o percurso do protagonista sintetiza, com inegável sagacidade, a primeira república e o princípio e amadurecimento do Estado Novo. Curiosamente, este seu novo livro começa sensivelmente onde o último romance acaba: no Regicídio.
Confesso que, ao contrário de Equador, não me consegui identificar com as personagens deste romance. Não senti neste um fio condutor conduzindo a um clímax final, mas antes um certo atabalhoamento, tentando explicar alguma opções do protagonista, que têm pouco de racional, e muito de contraditório. E o fim parece "despachado", como se já estivesse farto de escrever a história.
No seu todo não o considero um grande romance, embora a escrita de Miguel Sousa Tavares seja fluida e acessível, como é hábito, tornando-o num livro que dá prazer ler. O meu conselho é leiam-no, mas não o comprem, peçam-no emprestado.

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