quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mérito e Sociedade?


Ontem passei os olhos pelo debate sobre Lisboa, principalmente para ver os candidatos "obscuros", daqueles partidos e movimentos pequenos que não têm lugar na comunicação social.
Estava, acima de tudo, interessado em ouvir o candidato do MMS, Movimento Mérito e Solidariedade, pois o nome escolhido para este movimento desde cedo me despertou a curiosidade. Isto porque a qualquer pessoa que, como eu, tenha trabalhado nalgumas empresas neste país, a palavra mérito faz imediatamente tocar campainhas. É verdade que o mérito é uma moda contemporânea, glorificada pelo liberalismo, que nos é impingida como panaceia para os males da nação. E não é que eu seja contra o mérito e a meritocracia, mas existe aqui uma nuance que aqueles que falam de mérito, em geral, não gostam de discutir: quem decide o que é o mérito e quem o tem.
O debate não me desiludiu. Às páginas tantas, sem razão aparente, o candidato do MMS fez uma birra e saiu de cena. Se foi golpe político, uma tentativa de ser falado nas comunicação social, saiu-lhe o tiro pela culatra pois, tirando eu, ninguém parece ter reparado nele. Assim pergunto: quem é que atribuiu a este cidadão o mérito para se candidatar à Câmara de Lisboa? Certamente alguém como aqueles que todos os dias, na maioria das empresas deste país, decidem quem são os trabalhadores com mérito, quem são os que merecem recompensas pelo seu desempenho: aqueles que fazem parte da pandilha, que são amigos do chefe, que dizem o que os outros querem ouvir, que aparentemente não constituem ameaça.
Fiquei esclarecido relativamente ao MMS.

Sem comentários: