quinta-feira, 21 de abril de 2011

À chuva de calções

No outro dia, aproveitando as férias que gozo esta semana, fui sair com uma amiga de longa data. Depois de jantar fomos a um conhecido, e antigo, bar aqui da capital. À saída, como tem sido hábito ultimamente, caía uma valente carga de água. Eu e a minha amiga ficámos à porta na esperança que o tempo amainasse.
Enquanto esperávamos chegou um grupo que tinha feito o caminho a pé e à chuva, ou seja, estavam encharcados. Refugiaram-se, tal como nós, debaixo do toldo, acenderam cigarros e entraram. À passagem pelo porteiro há um deles que lhe pergunta:
— Podemos entrar a fumar?
— A fumar sim, — responde o porteiro — mas de calções é que não.
Um deles ostentava, de facto, um par de calções muito em voga.
Eles bem tentaram argumentar com o porteiro e chegar à fala com o patrão, mas este não se demoveu:
— A política da casa é, quem vem de calções não entra. Sempre foi assim desde que cá estou e não vai mudar agora. Por isso nem vale a pena falar com o patrão porque não vai adiantar nada.
Não fiquei lá para ver o fim da cena, mas palpita-me que se tiveram de se fazer à chuva outra vez.

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